IBGE reconhece maioria masculina no Brasil

Foi concluído o resultado do Censo de 2010 há poucos dias. Surpreendentemente, aos poucos o mito da hegemonia feminina, que cria um falso otimismo nos homens brasileiros, vai caindo, já que a maior parte das mulheres é casada ou no mínimo tem algum pretendente (cerca de 30 homens para cada).

Mesmo nas cidades onde - supostamente - há maioria feminina (curiosamente, as capitais e cidades de maior visibilidade), há em seus resultados um empate técnico, o que significa que a quantidade de homens, na melhor das hipóteses, é igual ao de mulheres. Até por que não existe 91% homem. A não ser que o dito "escorregue no quiabo". Nas cidades menos destacadas, há maioria masculina.

Mas porque em lugares rurais é mais fácil contar homens e nas capitais não? Simples: homem do campo quase nunca sai. É fácil encontrá-lo para responder às perguntas do Censo. Os homens das capitais ou estão viajando (ricos e classe média) ou não puderam ser questionados (pobres, em lugares de acesso difícil ou bloqueado por bandidos).

Há também o interesse das autoridades em reforçar o mito nas cidades de maior visibilidade como meio de reforçar o turismo. Brasil, país de sociedade machista, ainda acha que mulher é "produto" e homem é "consumidor". As autoridades, machistas, não gostariam de oferecer uma escassez de "produtos" para pouca demanda.

Maioria feminina se encontra nas idosas

O censo confirmou também que a maioria feminina é ainda maior na população de pessoas acima dos 65 anos. Numa sociedade que tem preconceito contra idosos e onde homens velhos só querem saber de "carne fresca", dá para imaginar como isso macula o tradicional otimismo machista.

Brasil, país das casadas

Outra pesquisa anterior mostrava que a maioria das pessoas entre 20 e 45 anos está casada, o que derruba ainda mais o mito de "paraíso das solteiras". Lembrando desse detalhe, como acreditar naquela lorota de que "está sobrando mulher"?

A lógica diz que para uma mulher se casar, tem que haver homens (a não ser no caso das lésbicas. Mas isso não é assunto para esta postagem). Se a maioria esmagadora das mulheres está comprometida, subtende-se que tem homens acima do número contado pelo IBGE.

Bom lembrar também que para o IBGE, o que vale é o que conta. Se o homem estiver viajando muito, corre bastante o risco dele não ser contado.

Meu irmão conversou com um recenseador que participou do censo de 2010. Ele, sem se identificar, além de admitir que é impossível haver uma contagem exata de pessoas - a lógica não permite, a não ser que todos os brasileiros se reúnam em um mesmo lugar para serem contados, ele disse que, pelos métodos adotados pelo IBGE (eu conheço tais métodos, fui supervisor no Censo de 2000), há uma estimativa de que cerca de 100000 homens não tenham sido contados.

De qualquer forma, só o empate técnico é um soco nos otimistas machistas que acreditam na ilusão da fartura do "produto" feminino em nosso país. As mulheres que valem a pena estão casadas, os homens são muitos e têm muito bom gosto.

Daqui a pouco o Brasil terá que importar escandinavas para fazer a alegria dos homens solitários que sobram a cada dia.

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