O Rock Africano da orquestra de poli-ritmo de Benin
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No último dia 21 de dezembro (2010), estava com meu melhor amigo, Márcio, que eu conheci em Salvador (em 1992), que estava me fazendo uma visita, no Barra Shopping, na maravilhosa Livraria da Travessa (esta filial se parece com a parte interna da Biliblioteca Nacional, da Cinelândia) e fomos ver nossa sessão favorita, de CDs. Na sessão de world music, dois álbuns nos chamaram a atenção pelas capas. Ficamos curiosos. Anotei o nome: Orchestre Poly-Rythmo de Cotonou.
Ao chegarmos na minha casa, depois de passearmos bastante pelo belo shopping, liguei o mesmo computador em que escrevo as coisas deste blog e procurei pelo grupo no YouTube. Cara, foi uma porrada! Depois da Laura Nyro (que se tornou minha cantora favorita), outra coisa bastante impactuante vinda da melhor década cultural de todos os tempos (os anos 60). Rock psicodélico mesclado com música tribal africana. Cara foi demais. E o grupo demonstra uma vastíssima informação musical (jazz rock, blues, soul, Hendrix e até ritmos latinos!). Não é a toa que se chamam de "orquestra de poli-ritmo".
Há pouca informação sobre o grupo na internet. Sabe-se que é de Benin, oeste da África. A posição do país , que fica diante do Oceâno Atlântico, pode ter favorecido o recebimento das influências culturais que engrossam o genial caldo de ritmos da orquestra, cujo estilo predominante, pasmem, é o rock psicodélico, sobretudo o de Jimi Hendrix. Eu já tinha falado sobre outra banda sessentista da África, a Square Set, também com poucas informações. Pelo menos a Orchestre Poly Rythmo do Cotonou possui vídeos com apresentações da banda no YouTube. Este é um.
Cara, estou cada vez mais curioso sobre o que acontece na Africa. Só a ignorância (e o nefasto racismo) pode chamar a África de país. É mais fácil considerar cada país da África como um continente, de tão vasta é a cultura de cada país do famoso e atraente (poli)continente.
Pesquisando sobre música francesa há uns cinco anos atrás, achei essa bela música da banda francesa Indochine , L'aventurier , de 1982, a mais famosa do cenário new-wave local. Mas, reparem nas estrofes. Não lembra algo? Sim, lembra. Eu não conhecia a música do Indochine na época, apesar de ter até lido texto sobre a banda em 1985, mas em 1984 ouvi a música do segundo compacto da banda Ultraje a Rigor - que cheguei até a ter o primeiro álbum em vinil - Rebelde sem Causa, com título inspirado em filme com James Dean. Claro que a francesa é zilhões de vezes superior, pois os arranjos da versão do Ultraje são meio toscos e o refrão muito bobo - perdoável em uma banda assumidamente humorística. Mas são músicas legais que remetem a minha adolescência, quando eu não era rebelde, mas tinha causa.
Vocês já devem ter ouvido falar de um desenho animado bem engraçado protagonizado por um ser esquisito, todo amarelo, de formato quadrado e com grandes olhos esbugalhados. O nome desse simpático personagem chama-se Bob Esponja Calça Quadrada, ou simplesmente Bob Esponja. Neurótico, mas simpático e altruísta, Bob protagoniza um desenho que, apesar de ser muito recente, retoma muitas características de desenhos clássicos como "Tom & Jerry", "Pica-pau" e "Garfield, como um humor meio cínico, com situações que fogem da lógica, ressurreições após desastres, etc. Quanto aos personagens, a simpática esponja-macho (existe?) está acompanhada de uma estrela do mar folgazona de nome Patrick, que não sente olfato, é o melhor amigo de Bob e se veste como um turista beberrão; de uma lula mal-humorada chamada Lula Molusco; de um siri autoritário e ambicioso, Siriguejo, que é dono de uma lanchonete especializada em hambúrgueres de siri e onde trabalham Bob, como cozinheiro...
Toda vez que questiono alguém que se diverte de maneira cretina, aparece sempre outra pessoa a defendê-lo, sempre com o mesmo argumento: "deixa ele ser feliz". Não reajo, mas quieto, no meu canto me ponho a pensar: isso é felicidade? O que é felicidade? Essa deve ser uma daquelas perguntas que nem o mais dedicado cientista conseguirá resolver. Talvez seja melhor que respondamos de maneira subjetiva, quase mitológica. Mas daí a crer que para ser "feliz" tem que apelar para a ridicularização aí é fugir do bom senso. Por isso que a cultura está entrando numa decadência sem freio: a mediocrização imposta a ela nos últimos 20 anos está fazendo com que a ridicularização seja legitimada como "arte", "cultura" e "manifestação de felicidade". Ser feliz e espontâneo se tornou sinônimo de ser ridículo. Agir como retardado, empinar o traseiro, cantar músicas com letras imbecis berrar, fazer caretas, tudo isso está sendo superestimado e legitimado ...
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