Luiz Caldas vira cantor de heavy metal e faz letra suicida

ESPREMENDO A LARANJA: Vejam o video no final deste post. É uma prova do que alguém sem intimidade com determinado gênero musical é capaz de fazer. Depois do cd pseudo-new wave de Netinho, e das tiradas "mamãe eu quero ser surfista" do Jammil e Uma Noites, agora temos que aguentar o metal ultra-estereotipado de Luiz Caldas. Uma verdadeira aula do que significa forçar a barra. Se deu mal. Nota zero.

O metal que Caldas quer fazer é bastante risível, cômico, apesar dos arranjos corretos (alguém se lembrou da banda de metal-comédia Massacration? - detalhe: O Massacration tem um alter-ego axezeiro, que gravou aquele hit Pira Pirou). Caldas, talvez pela falta de intimidade com o estilo, se baseou em estigmas e estereótipos, se prendendo a imagem equivocada que a maioria das pessoas tem do gênero. Quem curte fielmente bandas como Iron Maiden e Black Sabbath sabe muito bem que metal não é nada disso.

O único nome do axé que se deu bem fazendo algo diferente foi a Daniela Mercury, que lançou um cd totalmente eletrônico que... pasmem, adorei. Mercury é uma coisa a parte, já que ela não é tão abobalhada como o resto. Além disso ela é a maior gata, gostosa...

Luiz Caldas vira cantor de heavy metal e faz letra suicida

Pai da axé music substitui pés descalços por All Star e planeja show num cemitério

Miguel Arcanjo Prado - Do R7 - 17/07/2010 - 13:57

O pai da axé music se converteu ao heavy metal. A mistura pode parecer bizarra, mas quando o cantor baiano de Feira de Santana explica o feito tão calmamente, tal história se torna até possível. Aos 47 anos, Luiz Caldas, o cantor de Fricote, aquela dos versos “Nega do cabelo duro, que não gosta de pentear”, agora berra a sombria letra de Maldição.

A batida pesada veio à cabeça enquanto corria na praia da Boca do Rio, em Salvador, com o mar da Bahia de testemunha. Para ficar à altura da inspiração, bolou logo a letra sobre um suicida que não consegue se matar. A composição dá nome ao megashow que o cantor fará em 18 de setembro na Concha Acústica do Teatro Castro Alves, em Salvador.

Com um cemitério de cenário, ele promete fazer “o maior show de rock já visto no Brasil”. A reportagem esteve com o músico no fim da tarde desta sexta (16), no estúdio WR, no bairro do Rio Vermelho, em Salvador. O local é praticamente uma extensão da casa dele, já que foi neste estúdio que, há 25 anos, forjou a axé music. Assim que a entrevista terminou, Caldas assumiu o microfone para botar voz com vigor na faixa Maria, Maria, que compõe o disco promocional Luiz Caldas Ao Vivo, ainda sem data para ser comercializado. O álbum traz pérolas de sua carreira, como Haja Amor, Tieta e Odé e Adão, além de outras músicas que gosta de cantar, como a que gravou de Milton Nascimento e Fernando Brant.

Por que você entrou no mundo do heavy metal?

Minha festa é plural. Não posso entristecer a minoria que não quer só música para tirar o pé do chão. E meu instrumento sempre foi a guitarra, inventada por Dodô e Osmar no trio elétrico. O Brasil é a terra de guitarristas como Pepeu Gomes, Armandinho, Robertinho do Recife...

O que você diz para quem se assusta com essa mudança?

Não existe mudança. Continuo sendo o Luiz Caldas. Posso tocar o que quiser. Entrei no heavy metal por cima, fazendo bem feito. Por isso, o Andreas Kisser, o Lobão, o Tico Santa Cruz e os meninos do Angra ligaram para me parabenizar. Se você der uma chegadinha no meu MySpace verá que ele é todo de heavy metal.

Como você compôs Maldição?

Foi correndo na praia, porque corro todo dia na Boca do Rio, vou de frente à sede do Bahia até a primeira ponte e volto. Aí ouvi a batida [cantarola o barulho inicial da música]. Na hora de botar a letra, pensei: não posso falar que “o meu amor me deixou, que eu fui para o shopping”. Eu fui para a treva. Conto a historia de um cara que quer se suicidar e mesmo assim não consegue. Isso é que é terrível. Nem se matar ele pode.

E se pensarem que você fez pacto com o diabo?

Não tem nada disso. Eu sou yoguin. Não como carne, animal nenhum, não bebo...

Como vai ser o show Maldição?

É uma produção caríssima e não tem apoio de ninguém. Vamos gastar três dias montando o cenário. É uma coisa cinematográfica nunca assistida no Brasil num show de rock. O palco enorme da Concha Acústica será todo cenário e vai se transformar num grande cemitério. Será totalmente pesado. Vai ser uma ópera, uma peça teatral musicada. Os quatro músicos no palco vão usar maquiagem de cinema. Não vou mostrar meu rosto. Trouxe muita coisa de Miami.

Você vai viajar com a turnê Maldição?

Eu levo o show para onde me chamarem e me pagarem.

Por que você calçou com All Star seus famosos pés descalços?

Me deu vontade de usar. Ganhei uma graninha e resolvi comprar. Fiquei descalço esse tempo todo...

E agora só vai andar de tênis?

Quando as pessoas acharem que é, aí não vai ser de novo. A ideia é essa. Eu, por exemplo, cortei meu cabelo por um golpe de marketing.


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NOTA: Vi Luiz Caldas bem perto de mim, em um hipermercado próximo de minha casa. Foi o seguinte:em 2007, quando ainda morava em Salvador, no bairro do Costa Azul, era um dia de imensa chuva (boa parte da minha rua estava alagada). Tinha que comprar o pão para comer a noite e esperei a chuva dar uma trégua e o "lago" baixar. Quando isso cocorreu, desci com o meu irmão, e fomos ao hipermercado pegar o pão. Passei na sessão de frios para comprar algumas polpas para fazer suco e notei, bem ao meu lado, um cara meio ripongo falando com uma voz bonita (estranhei a voz, bonita demais para alguém vestido como um ripongo), acompanhado de uma jovem (deve acessora dele, sei lá). Aí meu irmão, me chamou para um canto e conchichou dizendo que aquele ripongo era o Luiz Caldas. Olhei melhor e... não é que era o "pai do axé" mesmo?

Salvador era uma cidade pequena. Era fácil esbarrar com algum famoso. Uma vez vi a belíssima Emanuelle Araújo (queridíssima do meu blog sobre mulheres) no shopping Itaigara tomando café bem perto demim, uma mesa vizinha (eu tb estava tomando café).

Em ambos os casos, eu não falei com as tais celebridades, pois respeito a privacidade.

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