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Mostrando postagens de dezembro, 2003

Rock Alternativo vai bem. Só que ninguém sabe disso

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Desde que o grunge acabou, um termo tem sido muito utilizado pela mídia e fãs de rock, para definir tudo que veio depois do som de Seattle. O termo é "rock alternativo". Só que o termo já existia muitos anos antes e tinha um conceito muito diferente do que o defendido pela geração anos 90. Alternativo significa ter que optar por alguma coisa que esteja em oposição a outra que se encontra em hegemonia. No caso, seria a opção ao hit-parade. E aí que o conceito da garotada pós-grunge se esbarra. Como fazer oposição ao hit-parade sendo hit-parade? Por isso, nada de "Mexe-maus", "Merdabox Doente", "Sonoplay", "Tédiohead". O Rock Alternativo vai muito bem obrigado e muito longe das paradas de sucesso e das revistas de adolescentes. Pesquisei um pouco e encontrei as novas promessas do alternativo. Vejam: - Mira: sabe aquela safra da bandas inglesas do final dos anos 80 que passou despercebido pela mídia brasileira, mas freqüentava os tablóid

Bob Esponja: A volta aos bons tempos do desenho animado

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Vocês já devem ter ouvido falar de um desenho animado bem engraçado protagonizado por um ser esquisito, todo amarelo, de formato quadrado e com grandes olhos esbugalhados. O nome desse simpático personagem chama-se Bob Esponja Calça Quadrada, ou simplesmente Bob Esponja. Neurótico, mas simpático e altruísta, Bob protagoniza um desenho que, apesar de ser muito recente, retoma muitas características de desenhos clássicos como "Tom & Jerry", "Pica-pau" e "Garfield, como um humor meio cínico, com situações que fogem da lógica, ressurreições após desastres, etc. Quanto aos personagens, a simpática esponja-macho (existe?) está acompanhada de uma estrela do mar folgazona de nome Patrick, que não sente olfato, é o melhor amigo de Bob e se veste como um turista beberrão; de uma lula mal-humorada chamada Lula Molusco; de um siri autoritário e ambicioso, Siriguejo, que é dono de uma lanchonete especializada em hambúrgueres de siri e onde trabalham Bob, como cozinheiro

Preço dos cds sobe mas qualidade musical desce

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Outra discrepância de nossa desigualdade social aparece nos preços dos CD's. Um CD de um intérprete consagrado já pode ser encontrado por R$ 44,00 (quarenta e quatro reais) em muitas lojas. As indústrias fonográficas argumentam que é o preço mais barato cobrado por um CD pelo mundo todo. Só que se esqueceram de comparar o preço dos CD's ao padrão de vida e o salário da população de um país. Para certos países desenvolvidos em que o salário mínimo é equivalente a, acredite, cerca de R$1.200,00 (mil e duzentos reais), o preço de um CD é de US$ 9,00 (nove dólares) o que representa atualmente R$ 31,00 (trinta e um reais). Pense bem: para quem ganha R$1.200,00, o preço de R$ 31,00 pesa bem menos que R$ 44,00 para quem só ganha R$ 240,00 (duzentos e quarenta reais). Isso as gravadoras não observaram, além de dizer que CD: preço alto, qualidade musical baixa US$ 9,00 é maior que US$ 13,00 do preço do CD brasileiro. E não é só. Além de estar encarecendo muito, a música brasileira e int

O fim da palavra "turma"

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As épocas mudam. Costumes vão e vem e o que parece ter sentido numa geração, perde totalmente em outra. A mesma coisa acontece com as palavras. E estou tendo a histórica oportunidade de testemunhar o desaparecimento de uma delas, e não é apenas em forma de gíria, mas como palavra no léxico, mesmo. A palavra em questão é "turma". Tirando o seriado protagonizado pelo Renato Aragão e os quadrinhos do Maurício de Souza, esta palavra não é citada nas conversas comuns de pessoas, nos textos dedicados a jovens e outras coisas normais. Ela foi substituída pela palavra "galera", que significava muito remotamente "navio", depois "tripulação", depois "navio negreiro", passando nos anos 80 a se tornar coletivo de torcedores de futebol, depois coletivo de amigos para acabar finalmente, substituindo a palavra "turma", que caiu em desuso e pode desaparecer a qualquer momento. Curioso é que estou no meio do processo, pois na minha infância e

Escola não forma cidadão ensinando português, matemática e ciências

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A ideia está arraigada no Brasil: criança fora da escola não dá. Até aí, tudo bem, se não insistissem na conversa utópica de que colocando criança na escola resolve todos os problemas no país. Antes que me acusem de defender a não-escolarização das crianças no país, quero dizer que é indispensável o ingresso de uma criança numa vida escolar. É através dela que ela aprende a contar, escrever e conhecer o passado do Brasil e do mundo. O que discordo é que falam que as escolas formam cidadãos e os preparam para a vida. Grande engano. O ensino de nosso sistema só permite ensinar aquilo que o mercado de trabalho exige. É mais fácil dizer que escolas formam profissionais. Matemática, Português e Ciências não ensinam caráter, não ensinam amor ao próximo, não ensinam senso crítico (pelo menos história dá para se aprender a ter senso crítico, mas depende do professor e de como ele está dando a aula.). Portanto, não preparam cidadão coisíssima nenhuma. As únicas disciplinas capazes disso, Moral