Após 68 anos, Belas Artes vai fechar as portas em São Paulo

ESPREMENDO A LARANJA: É uma pena que cinemas desse tipo não parem de falir. Enquanto os shoppings e suas apertadas, mas barulhentas salinhas não param de monopolizar o lazer cinéfilo, grandes salas, mais prazeirosas e glamourosas, fecham, tirando toda a graça do hábito de assitir a bons (e maus) filmes em salas enormes, com telas gigantescas.

O capitalismo prefere o consumismo barato do que o lazer proveitoso e útil que a verdadeira arte poderia oferecer. A mediocridade não para de vencer nos dias de hoje. Infelizmente.

Após 68 anos, Belas Artes vai fechar as portas em São Paulo

ANA PAULA SOUSA - FOLHA DE SÃO PAULO - 06/01/2011 - 07h26

O Belas Artes, um dos mais antigos cinemas de São Paulo, se prepara para as últimas sessões. No dia 30 de dezembro, uma notificação judicial avisou: o imóvel, na esquina da avenida Paulista com a rua da Consolação, tem de ser entregue até fevereiro.

Terminará, assim, uma história iniciada em 1943. Terminarão assim os "Noitões" que, nos últimos anos, chegaram a reunir, madrugada adentro, mil pessoas.

A ameaça de fechamento do cinema veio a público em março de 2010, quando o HSBC pôs fim ao patrocínio. André Sturm, o proprietário, começou então a bater à porta de algumas empresas, atrás de nova parceria.

Conversa daqui, conversa dali e, em novembro passado, foi acertado novo apoio. A minuta do contrato estava sendo finalizada quando veio a surpresa. "O proprietário disse que queria o imóvel de volta porque ia abrir uma loja lá", diz Sturm.

Sturm conta que havia se comprometido a pagar um novo valor de aluguel, de R$ 65 mil, assim que fechasse o patrocínio. "Tínhamos um acordo, mas ele não cumpriu", diz o dono do cinema.

Procurado, o proprietário do imóvel, Flávio Maluf (que não é filho de Paulo Maluf), não precisou sequer ouvir uma pergunta. A identificação da reportagem da Folha foi suficiente para que dissesse não ter nada a declarar.

"Ligue para o meu advogado", recomendou. Enquanto ditava nome e telefone, interrompeu a fala e perguntou: "Mas é a respeito do quê?". Informado, ensaiou uma explicação: "Perderam o prazo... Não tenho nada a declarar". O advogado não retornou as ligações.

Maluf passou a responder pelo imóvel há dois anos, quando seu pai morreu. "Venceu a visão mesquinha", diz Sturm.

Ontem, os 32 funcionários receberam o aviso prévio.

Leia mais em: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/855158-apos-68-anos-belas-artes-vai-fechar-as-portas-em-sao-paulo.shtml

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