Para jovens americanos, Beethoven latia

ESPREMENDO A LARANJA: A juventude brasileira é muito burra. E o pior, tem orgulho de ser burra, apesar de odiar ser rotulada como tal. Mas, pior do que isso é saber que o jovem brasileiro se espelha no americano, achando que lá, todo mundo é perfeito. Não é.

A alienação da juventude é mundial. Só que ela é mais acentuada em países do terceiro (quarto, quinto...) mundo, como o Brasil, país de baixíssima auto-estima, onde as religiões regulam a moral, futebol é a única forma de patriotismo, conselhos são considerados ofensas e ser pobre é motivo de orgulho.

Infelizmente, os adultos, ao invés de educarem os jovens, que são marionetes das emissoras de TV, ensinam tudo errado, de geração em geração, consagrando erros e mitos. Quando isso vai parar?

Para jovens americanos, Beethoven latia

Extraído do blog Tijolaço, de Brizola Neto

Beethoven: "Eu não sou cachorro não".

Uma reportagem da Agência France Press, publicada aqui pelo Jornal do Brasil que me deixou pensando como maltratamos a autoestima do brasileiro. Alguns apresentadores de televisão, volta e meia, se divertem reproduzindo besteiras escritas por estudantes brasileiros. Mas, e nos outros países?

Uma pesquisa sobre conhecimentos gerais realizada entre os alunos da Universidade de Beloit, no meio-oeste dos Estados Unidos, que para a maioria daqueles estudantes acredita que o compositor alemão Beethoven é um cachorro de filme e que o grande artista italiano Michelangelo seria um vírus de computador.

A pesquisa chamada Mindset, montada pelos professores Tom McBride e Ron Nief, teve por objetivo mostrar como as referências culturais se perdem rápido entre os jovens americanos, mas seus resultados mostram mais do que isso: são o reflexo de uma sociedade que ainda fecha seus olhos para qualquer referência cultural estrangeira e que esquece até mesmo os grandes ícones de seu próprio país.

Num país onde o modelo de educação é tão invejado e que é tido como a grande metrópole do mundo ocidental, os jovens estão simplesmente ignorando sua própria história e mostrando que pouco se importam com informações culturais que não sejam técnicas e consideradas necessárias por eles mesmos.

Na pesquisa, a maioria dos alunos disse acreditar que só havia existido um papa (João Paulo II), que a Iugoslávia nunca foi um país, que o Apartheid sul-africano era uma obra de ficção, que a Alemanha nunca foi dividida e disseram não compreender porque é que o nome do sindicato polonês Solidariedad, única instituição do tipo que tinha sua voz ouvida por toda a União Soviética no final do regime comunista, deveria ser escrito com letra maiúscula.

Nem as refrências tipicamente americanas permanecem na memória dos jovens. Para eles, Mike Tyson sempre foi um delinquente, os reality shows sempre existiram e que nunca foi permitido fumar no interior de aviões. Até mesmo quando o assunto é Hollywoood, a meca toda-poderosa da cultura americana, os jovens universitários decepcionaram na pesquisa, afirmando que o astro Clint Eastwood nunca foi o personagem Dirty Harry, dos clássicos filmes de faroeste.

A preocupação, na verdade, não é com a falta de referências pontuais sobre este ou aquele assunto. Claro que ninguém é obrigado a saber que Bethooven foi um dos mais importantes compositores clássicos da história. A grande questão é que os jovens americanos estão virando as costas para tudo aquilo que veio antes deles, dando de ombros até mesmo para história moderna dos EUA, tão importante na formação daquele país como ele é hoje.

Mas nossas elites bobocas continuam achando que aqui somos um bando de idiotas e que a educação boa, mesmo, é lá nos EUA. Os que podem, mandam os meninos para lá e eles voltam para, em geral, reproduzir o mesmo modelo de cabeça colonizada. Os que não podem, mas sonham em aculturar-se, contentam-se em aprender inglês, como o Otavinho Frias acha essencial para ser presidente, e passam a dizer que aqui, temos um “povinho burro”, que vai eleger “aquela mulher”.

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