O retorno da paixão de adolescência

Começo este texto dizendo que para preservar a identidade da minha amada de adolescência, não colocarei foto dela nem direi seu nome. Colocarei uma foto da atriz que mais se parece com ela, Audrey Hepburn, a mais linda de todas e chamarei minha amada de "Sra. A".

Tudo começou com a possibilidade minha de voltar a Niterói, ano passado. No mesmo mês que eu fiz uma viagem de checagem a cidade fluminense, abril de 2008, duas semanas depois de voltar a Salvador, numa noite, vi por acaso na internet, um vídeo em que a minha amada aparecia, falando sobre um projeto da prefeitura do Rio ligado à área de Assistência Social. Cara, era ela mesmo! 25 anos depois de eu ter me apaixonado: mesma voz (ela tem a voz mais linda que uma mulher pode ter) e ainda mais bela. Fiquei nervoso e não consegui dormir naquela noite. Ah, o tal vídeo passou no RJ TV do dia 12 de abril de 2008, data que eu estava em Niterói. O destino fez de tudo para que eu não assistisse aquele RJ TV.

Eu já tinha sido informado em 2005, por um amigo em comum dos tempos de adolescência que ela tinha casado e estava com uma filha. Entrei em puta depressão quando recebi a notícia. Talvez isso explicasse o nervosismo. Aquela gata perfeitona, que parecia ser criada para mim, pertencia a outro, que com quase certeza, poderia se casar e se sentir feliz com qualquer boazuda que aparecesse na frente. Que chato.

Em 11 de novembro do ano passado voltei a Niterói. No dia 09 de dezembro, indo com meu irmão a um supermercado quase perto de casa, passei bem perto de uma linda morena e de repente uma sensação de deja-vú: a garota que me enlouqueceu na adolescência, mulher de meus sonhos, ela estava de volta.

Recepção Calorosa?

No dia em que fez um mês de meu retorno à cidade-sorriso, um "presentaço". Andando numa rua próxima a esse supermercado, vinha a dita-cuja na contra mão e resolvi falar com ela. Eu disse que era colega de escola dos tempos de adolescência e mencionei o nome do tal colégio. Ela disse que não se lembrava de mim (me arrasou), apesar de demonstrar uma certa alegria em me ver. Ao pedir algum telefone dela ela se recusou, falando as duas "expressões mágicas" que soaram como confirmação do meu infortúnio: "meu marido". Um "prédio" acabou de ser "demolido". Tinha que ser ela a primeira pessoa dos tempos de adolescência que reencontro na minha volta à cidade? E ela tinha que me esquecer?

Tudo bem, eu era muito tímido na adolescência e nada tinha feito para conquistá-la. Felizmente no citado reencontro, não deixei transparecer em nada minha paixão por ela. Me comportei como um amigo que reencontra o outro depois de muitos anos. Mas bem que o destino poderia dar uma nova chancezinha, não acham?

2008 foi um ano doido. Que maneira de se comemorar os 25 anos de uma paixão!

Lucky Bastard

Ontem, de noite, resolvi procurar por ela no Orkut, coisa que sempre faço de vez em quando e nunca é bem sucedida. Só que desta vez ela realmente estava. Deve ter voltado ao Orkut depois de muito tempo, já que em 2005, na minha estréia no site de relacionamentos, existia um perfil atribuído a ela, sem sobrenome e uma foto dela na época da adolescência, mas com poucos dados. Nele ela se assumia como evangélica e fanática por ska, aquela música que ao desacelerar gerou o reggae. The Police, uma das minha bandas favoritas (e responsável pelo tema do início da tal paixão, já que a música Every Breath You Take, era do mesmo ano que eu a conheci, 1983) é fortemente influenciada pelo ska. No perfil atual ela não fala em religião e a única referência musical está numa comunidade de músicas dos ano 70 e 80.

Mas no novo perfil, ela não aparece sozinha na foto. Ela aparece com a filha e com o felizardo, o sortudo, o escolhido. E no mesmo dia, de tarde eu tinha pedido a Deus que nunca tivesse a oportunidade de conhecer aquele que na gíria americana se chama de Lucky Bastard, algo como "canalha sortudo", nome que dão aqueles caras chatos que se casam com mulheres ultra-desejadas. Nossa, conheci o "vencedor". Me senti como o japonês que só chega por último na Fórmula 1 quando olhava para Schumacher no degrau mais alto do pódio.

Puxa, a mulher que sempre me pareceu perfeita para mim... A mulher que eu pedi para Deus criar, esfregar seu lindo corpinho em um outro homem? E que homem! Parece um ripongo barbudo e alto. Barba eu infelizmente não tenho. Um problema no meu organismo que nem sei qual é, me fez com que não desenvolvesse barba nos cantos do rosto, só no queixo e meu bigode é ralo. Puxa, uma barbinha iria disfarçar minha dermatite (calma, calma, não é contagiosa!). E altura? Porque as mulheres tem que casar com caras bem altos? Há prazer em encostar os seios de uma mulher na barriga de um homem? E olha que até na altura a Sra. A é perfeita. Como eu gosto.

Se eu atraísse mulheres como ela, até ficaria conformado, já que ela demonstra feliz com o casamento em seu perfil no Orkut e faz parte do amor sincero desejar a felicidade da amada nem que tenha que ser a distância. Mas as mulheres que costumo atrair não são como ela. Tem algumas até bonitas, mas não com a perfeição da Sra. A. Algumas tem problemas e outras até defeitos graves.

Bom para encerrar esse papo chato, não recomendo ninguém a se apaixonar. A flecha venenosa atirada pelo cupido (que parece anjo mas age como diabo) é nociva e pode matar.

Meu coraçãozinho não é forte o suficiente para aguentar uma paixão.

Publicado originalmente em 07/04/2009.

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COMENTÁRIO: Marcelo Pereira disse...

Não é que a danada recusou meu convite no Orkut? Pô, devo ter sido mau pra caramba na outra encarnação! Elogiar mulher linda dá nisso.
8 de abril de 2009 14:57

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