25 anos do Rock in Rio
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Era o primeiro festival em proporções gigantescas que acontecia no Brasil. Tá certo que a maior parte do elenco era gente datada e fora de moda. Mas a inexperiência num evento desse porte justifica a falta de critério artístico. Mas o festival valeu por trazer credibilidade aos organizadores brasileiros, tecnologia para os nossos estúdios e muita, mas muita diversão a quem, como eu gosta de ir a um evento desse tipo.
Mas eu não fui. Uma pena. Eu tinha 14 anos na época e era meio imaturo, meio medroso em sair a um evento desse porte. Mas se fosse hoje eu iria (dizem que vai haver nova edição em 2011 no RJ: já estou contando as horas). De qualquer forma, o festival trouxe muito mais boas coisas que ruins como lição.
O Elenco de artistas
Como eu havia falado, a inexperiência fez com que a escalação do elenco fosse quase aleatória. De brasileiros poucos roqueiros, muitos nomes da MPB. Quanto a estrangeiros, nomes já em seu outono, nomes que nada tem de roqueiros e outras gororobas.
Mas foram o que conseguiram trazer. A negociação foi difícil, já que a fama de tecnologicamente precários e organizadores cafajestes dos brasileiros atrapalhava tudo. A coisa só começou a andar quando o empresário do Queen assinou a participação do grupo no festival. Isso acabou gerando a confiança necessária para a aceitação dos outros nomes.
Muitos nomes realmente em destaque na época foram chamados, mas por um motivo ou outro, não toparam, como o Dire Straits e a minha banda favorita U2. O Men at Work foi chamado, mas acabou (acabaria tocando em uma edição do similar baiano, o Festival de Verão, um ano antes do primeiro em que eu fui). O Pretenders entrou em férias por causa da gravidez da vocalista.Os farofeiros ingleses do Def Leppard (uma espécie de Bon Jovi para os súditos da Rainha Elizabeth) não vieram por causa de um acidente sofrido pelo baterista, que ficou maneta. O genial Bob Dylan também foi chamado, mas com sua desconfiança já clássica, recusou.
Mas o elenco conseguiu "aos trancos e barrancos" ser montado.
Os concertos
Estava na cara que era o festival do Queen e do Iron Maiden. Foram as maiores bandas do
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Outras coisas marcaram o festival, além de projetar o Brasil para o show-business internacional. Foi a ressurreição do cantor folk James Taylor(ele nunca foi roqueiro coisa nenhuma; rock ballad não existe, é desculpa dada por quem não entende de música: nem a vó dele era rock ballad), curiosamente o mesmo nome artístico do líder da orquestra de funk autêntico Kool & The Gang. Taylor estava deprimido, isolado com a sua impopularidade e se surpreendeu quando no Rock in Rio todos cantavam suas músicas corretamente. Taylor escreveria anos depois uma canção em agradecimento ao público brasileiro, Only a Dream in Rio.
O festival também foi marcado pela consagração dos Paralamas do Sucesso, que surpreenderam fazendo um som denso com poucos músicos. Era o nosso power-trio, quando três músicos tocam como se fossem em número maior. O The Police, maior influência do trio brasileiro sempre foi um ótimo exemplo de power-trio.
É claro que haviam bobagens. Nina Hagen nem deveria ter vindo. Seu som nulo, patético, imbecil somado ao exótico visual de bruxa-má, hoje repousa merecidamente no limbo do esquecimento. Ela não faz falta. Cuidado, Lady Gaga, Hagen era o que você é hoje!!!! B'52's e Gogo's apesar de bonzinhos, não foram feitos para shows em grandes estádios. Lulu Santos perdeu tempo discursando e descendo o pau no Menudo. Tudo bem que sempre foi óbvio que Menudo era uma merda, e por isso mesmo, pra quê perder tempo com eles? E Lulu tinha ótimo repertório para mostrar, tinha que aproveitar o tempo (que era escasso para os artistas brasileiros).
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A inexperiência fez muita confusão na hora de alimetar a platéia. Demoras, filas, falta de produtos, quem ia ao comércio instalado no local sofreu para se abastecer. Fora a lama causada pela chuva. Se bem que da lama, a maioria gostou. lembrava Woodstock e serviu para fazer a (equivocada, claro) comparação.
Não escreverei muito sobre o festival aqui. Muita gente vai falar ainda. Vou esperar a edição prometida para o ano que vem (belo ano que vou ter. Não há melhor modo de chegar aos 40 anos, aliás, idade da maioria dos cantores e músicos na época do festival).
Ficou a lição para eles de que o Brasil poderia sim, organizar bons eventos com tecnologia e honestidade. Para nós ficou a lição de tecnologia e infra-estrutura. E para o público a lição de que dá para se divertir muito em uma só noite (e foram 10 noites!). Noites que nunca mais se repetiram em nosso país. Pois nunca houve um festival como aquele. Nem sei se haverá.
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