Em apresentação rara, Egberto Gismonti é aplaudido de pé no Recife

ESPREMENDO A LARANJA: Enquanto Ivete Sangalo tenta enganar meia dúzia de americanos e muitos brasileiros com seu pop mercenário e ultra-chinfrim, com a ajuda de notas pagas na imprensa com inúmeros elogios mentirosos, a verdadeira música brasileira, ignorada pela mídia, teve seu momento de glória, representado por um dos maiores nomes que nossa música já teve, Egberto Gismonti.

Gismonti, músico completo, compositor sempre inspirado e discípulo de Villas-Lobos, é um dos símbolos da verdadeira música de qualidade em nosso país. O cara é tão bom, que lá fora ele é lançado pelo ultra-respeitado selo de jazz e música alternativa, a ECM Records, que só contrata gente do quilate de Pat Metheny e o mega-gênio Keith Jarrett.

É uma surpresa ver Gismonti ovacionado com tanta empolgação, já que além de difícil acesso, o som feito pelo músico brasileiro é instrumental. O povo de nosso país tem a infeliz tradição de não gostar de instrumentais.

Parabéns para Gismonti e que esse aplauso sirva de estímulo para ele continuar com a sua maravilhosa carreira só de momentos inspirados e que ensine a todos que música brasileira não é feita de músicas cretinas, num show cheio de dançarinos e gente "vip" (very ignorant people?) na platéia, conduzidos por uma arrogante morena gorda vestida de monstro de seriado japonês.

Em apresentação rara, Egberto Gismonti é aplaudido de pé no Recife

05 de setembro de 2010 • 03h04 • atualizado às 10h27 - Osmar Portilho - Direto de Olinda e Recife, Portal Terra

Compositor, arranjador e multi-instrumentista, o músico Egberto Gismonti foi uma das grandes atrações do Mimo (Mostra Internacional de Música em Olinda), que começou na última quarta-feira e segue até terça. O pianista subiu ao palco montado na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, no Recife, acompanhado da Orquestra de Sopros da Pro Arte neste sábado por volta das 18h30.

Depois de algumas palavras e elogios ao festival, apontando para o grande número de oficinas que ensinam música para jovens, Egberto empolgou o público que lotou a igreja. Além de ser aplaudido de pé pela plateia, o compositor ainda foi ovacionado pelas pessoas que não conseguiram ingresso e se contentaram em assistir ao show do lado de fora.

Aproveitando-se da acústica única da construção, Egberto desfilou toda sua técnica virtuosa e mostrou que a Orquestra, formada por jovens músicos, está pra lá de afiada. Os integrantes do coletivo, quando não eram regidos por Egberto, mostraram extrema competência ao seguir seus movimentos, mudança de tempos, ritmos e tons dissonantes.

O repertório desta parceria passeou basicamente em cima do disco lançado em 2008 pela orquestra, onde tocam versões de Tom Jobim, Baden Powell e Hermeto Pascoal. Com tamanha maturidade dos instrumentistas, Egberto os aplaudiu ao final da apresentação.

Na hora de se despedir, o compositor foi aplaudido de pé e ouviu o público pedindo um bis. Por outro lado, Egberto Gismonti reapareceu no palco, mas apenas acenou indicando que a apresentação não teria continuidade.

Selmer #607

Pouco tempo depois, que esteve na Igreja da Sé, em Olinda, conheceu o Selmer #607, um coletivo francês especialista e dar roupagens inusitadas em temas já consagrados. O gênero é conhecido como jazz manouche ou jazz cigano.

Formado por Ghali Hadefi, David Gastine, Adrien Moignard, Sébastien Giniaux, Richard Manetti (violões) e Jérémie Arranger (contrabaixo acústico), o grupo mostra uma interação impecável e domínio nos instrumentos. A banda sempre surpreende sua plateia ao pegar temas populares e as rechear com virtuose e fraseados inusitados nos violões, como canções de Miles Davis e John Coltrane. Claro que as batidas dos violões roubam a cena, mas vale uma citação especial ao baixista Jérémie Arranger, sempre preciso nas linhas de seu contrabaixo e praticamente um metrônomo para seus parceiros de banda.

Mimo

Com apoio do Ministério da Cultura e do BNDES, a Mimo segue até terça-feira (7), com shows, oficinas e exibições de filmes e documentários em Olinda, Recife e João Pessoa. A programação ainda conta com apresentações aguardadas, como o show de Tom Zé e do guitarrista Mike Stern.

O repórter do Terra viajou a convite da Mimo.

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