Filme sobre Lula é o escolhido para as preliminares de melhor filme estrangeiro

Pra começar, Oscar não é atestado de qualidade artística. É um prêmio da indústria. Ganha quem atende as aspirações dessa mesma indústria. É uma espécie de Hit Parade cinematográfico. Mesmo que filmes artísticos ganhem, é porque venderam bem ou satisfizeram produtores.

Lula, o Filho do Brasil, não é um filme artístico. É mais uma daquelas biografias a moda estadunidense (traduzida para a realidade e linguagem brasileiras, of course), padronizada e previsível. É um bom filme, se lembrarmos que é um filme comercial. Muitos não sabem, mas o cinema de arte está morrendo lentamente e silenciosamente no Brasil. O que vemos em sua maioria são filmes cujas características lembram um tradução brasileira dos blockbusters (os best sellers cinematográficos) doe EUA. Interessante que por lá, o cinema artístico está começando a nascer, entre produtoras nanicas (Juno existe para provar isso).

Obviamente um filme comercial seria escolhido para a disputa. Acho justo, pois além de ser um prêmio oferecido pelos produtores, o cinema brasileiro é - infelizmente - predominantemente comercial. Parece que a retomada do cinema brasileiro perdeu seu fôlego. Saíram as pornochanchadas e entraram os blockbusters da hegemônica Globo Filmes (que também meteu suas garras sedentas no filme sobre Lula), produtora de 90% dos filmes brasileiros do últimos anos e de 100% dos que fazem sucesso.

Mas tinha que ser o filme sobre o Lula? Soa meio marmelada, se lembrarmos que estamos em ano eleitoral. Outra coisa é que ao ser lançado em outros países, o filme vai chamar a atenção muito mais pelo personagem real focalizado do que pelo enredo em si, o que tira o mérito da obra.

Muitos outros filmes poderiam ter sido escolhidos para a disputa. Mas escolheram este. Até gosto do Lula (para mim, os erros do governo não são dele, mas do partido, portador de um afrouxamento ideológico e cheio de integrantes de caráter duvidoso). Mas não foi uma boa escolha. Deveriam ter passado bem longe da política.

Não estou puxando a brasa para a minha sardinha, mas um filme de temática espírita seria melhor, pela lição moral que transmitiria ao mundo, hoje tão carente em valores morais, além de intelectuais, sentimentais e estéticos. Mesmo sendo blockbusters, os filmes espíritas poderiam ajudar a sensibilizar as pessoas para tentar melhorar o mundo, estimulando maior altruísmo na sociedade.

Mas já que escolheram esse filme, nada pode ser feito. Mas não queria que ele ganhasse. Não é um filme que possa merecer o prêmio. É meio chavão demais. Filmes como esse são feitos há décadas nos EUA e muitos já levaram o prêmio.

Esperava ver um filme bem diferente representando o Brasil, mesmo que seja um filme comercial. Premiar o filme sobre Lula é premiar a mesmice.

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