O primeiro galã negro

ESPREMENDO A LARANJA: Não acompanho a novela da seis porque não me interesso pela estória e geralmente chego tarde em casa. Mas como gosto de ser bem informado, acabo tomando conhecimento de alguma coisa sobre ela.

Já estava mais do que na hora de aparecer um galã negro. Felizmente jé temos as (lindíssimas) mocinhas negras, inclusive protagonizando novelas. O personagem, apesar de palhaço, pelo que sei, faz sucesso com as mulheres e tem um relacionamento estável com uma das mocinhas da trama, interpretada pela estonteante Mariana Rios.

Ficamos felizes com o sucesso de Nando Cunha. Parece que o Lázaro Ramos vai interpretar um "pegador" em sua próxima novela, já mostrando essa nova tendência. Nenhum dos dois é protagonista, mas já é um ótimo sinal, serem vistos como galãs. Como ambos são ótimos atores (Lázaro nem se fala - considero o melhor ator da atualidade), mesmo coadjuvando, tem muita expressividade nas cenas em que aparecem, fazendo parte inclusive de tramas importantes para a novela.

Mesmo assim, ainda estamos aguardando um galã-protagonista. Temos que valorizar também a privilegiada diversidade étnica de nosso país. Bom lembrar que o racismo, além de cruel, é algo que não faz o menor sentido, criado por gente imbecil com a finalidade de vencer na vida sem esforço, apenas eliminando concorrentes (no caso, as etnias prejudicadas).

Segue texto sobre Nando Cunha, o primeiro galã negro das novelas brasileiras.

Ator diz que "gelou" ao saber que seria par de Mariana Rios

Arcângela Mota, 14 de dezembro de 2010 • 07h20 - Portal Terra

O bom humor é um traço marcante da personalidade de Nando Cunha. Tanto que o ator, intérprete do nostálgico palhaço Pimpinela em Araguaia, não perde uma oportunidade de fazer piada. Mas é justamente dessa característica que ele tem tentado fugir em seus trabalhos na TV, após uma carreira marcada por personagens cômicos. E é na pele de um palhaço que Nando acredita ter sua grande oportunidade. "É a primeira vez que pego um papel mais consistente. Meus personagens não costumavam ter nem família. Estava só fazendo humor e queria sair um pouco disso, mostrar versatilidade", empolgou-se o ator, que fez sua estreia nas novelas em 2007 como o atrapalhado Soldado Brasil, de Desejo Proibido.

Na trama das seis da Globo, Pimpinela é um palhaço do Circo Gran Tenório que, apesar de brincalhão em público, sofre sozinho em função de seu passado. Além disso, vive uma relação delicada com a folgada Nancy, vivida por Mariana Rios, por quem é apaixonado. "Quando vi que a Mariana seria meu par, gelei. Ela é linda e me intimidava. Rolou muita insegurança, mas agora ficamos amigos", comemorou.

Nome: Fernando Cunha dos Santos.
Nascimento: 19 de agosto de 1966, no Rio de Janeiro.
Primeiro trabalho na TV: Johnny Bala no humorístico Escolinha do Barulho, exibida pela Record em 1995.
Ao que gosta de assistir: Filmes, novelas, telejornais e programas esportivos.
Ao que nunca assiste: Programas religiosos.
O que falta na TV: Debates mais profundos. Para uma TV aberta de qualidade, isso é necessário. Além disso, também faltam mais profissionais negros atuando, escrevendo e dirigindo.
O que sobra na televisão: Programas religiosos e de culinária.
Ator favorito: Lima Duarte e Tony Ramos. Impossível escolher só um.
Atriz favorita: Júlia Lemmertz e Thaís Garayp.
Com quem gostaria de contracenar: Georgiana Góes.
Se não fosse ator, o que seria: Sambista. Seria uma maravilha.
Novela: Roque Santeiro, de Dias Gomes, exibida pela Globo em 1985.
Vilão marcante: Renato Mendes, de Fábio Assunção, em Celebridade.
Trabalho que mais trouxe retorno do público: Soldado Brasil, de Desejo Proibido. As pessoas lembram do Johnny Bala até hoje, mas foi o Soldado Brasil que me lançou e mostrou para o público o ator que sou.
Par romântico inesquecível: Eu e a Mary Sheila como Soldado Brasil e Cidinha em Desejo Proibido.
Com quem gostaria de fazer par romântico: Roberta Rodrigues.
Filme: O Balão Branco, de Jafar Panahi.
Diretor: Dennis Carvalho, Marcos Schechtman e Luiz Antonio Pilar.
Um vexame: Uma vez o Sérgio Britto me ligou convidando para fazer um teste para uma peça dele. Eu achei que fosse trote e o xinguei sem nem pensar duas vezes. A secretária dele teve de me ligar para eu acreditar. Acabou que passei no teste e o trabalho foi maravilhoso.
Uma mania: Ver televisão. Se pudesse, colocaria uma em cada cômodo da casa.
Um medo: De barata e de esquecer o texto no meio de uma apresentação no teatro.
Projeto: Assinar um contrato longo e fazer um trabalho atrás do outro. Quero me estabilizar na carreira, não sofrer por causa de uma novela que chega ao fim, por exemplo.

Araguaia - Globo - Segunda a sábado, às 18h.

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