Só reprovo os bregas que se levam a sério

Os comentários publicados na postagem sobre a Wanessa (ex-Camargo) me fizeram pensar sobre o assunto.

Não falo muito mal da Wanessa ( e até admiro a pessoa dela, em alguns aspectos, além de - óbvio - admirar sua farta beleza) porque eu li em várias entrevistas que ela deu que ela mesmo não se leva a sério.

Ela sabe que não é cultura, que só canta para divertir as pessoas e que não tem grandes pretensões artísticas. Bastante realista essa afirmação e um direito dela, pois sendo assim, ela mostra competência no que faz, sem querer parecer melhor do que realmente é. Palmas para ela.

Do contrário que seu arrogante pai, nada autocrítico e que se acha o "latifundiário da MPB", tratando gente como Caetano Veloso e Chico Buarque como se fosse gado de sua propriedade). Zezé deveria aprender a ser humilde e autocrítico com a filha.

Curioso que a principal concorrente de Wanessa, a Sandy, filha dos ultra-pretensiosos breganejos Chitãozinho e Xororó, é também super-pretensiosa, se acha herdeira de Elis Regina mesmo com aquela voz de cabrita e pensa que é uma grande cantora brasileira, intelecutualizada e alternativa (o que desagrada seu fãs, acostumados ao pop juvenil de sua fase anterior e não atrai novos fãs, desconfiados de sua guinada sem vocação e de DNA suspeito). E o pior: com o aval de uma ingênua Maria Rita, filha legítima da Elis e que deveria ser sua real herdeira artística e de Nerina Pallot, cantora de rock intelectualizado da Inglaterra.

O popularesco deve existir, para aquelas pessoas que não tem um nível intelectual desenvolvido e não são capazes de compreender o que é a arte de verdade. O problema é que a maioria dos popularescos acha que faz música de verdade e quer ser levada à sério. Não satisfeitos em ter um gigantesco espaço na mídia e de ter no mínimo trilhões de fãs, os popularescos querem ampliar o seu espaço tomando para si o espaço de outros como o que era reservado à MPB ou a músicas mais bem elaboradas.

Seria melhor que os popularescos assumissem suas limitações e se divirtam, passando a rir de si mesmos. Tem alguns que até fazem isso, como Reginaldo Rossi, Sidney Magal. Por isso nunca falo mal deles. Eles sabem que são ridículos, que estão numa brincadeira e vivem bem com isso. Chega até a ser divertido.

Perigosos são aqueles popularescos que se acham "culturais", como por exemplo, os axezeiros, que se auto-rotulam como a "música baiana", como se a Bahia não produzisse outro tipo de música (existe música de qualidade na Bahia, sim, só que é abafada pelos empresários da axé-music, para evitar comparações que denunciem a ruindade daquilo que é feito pelos axezeiros). E os breganejos, que se acham a "música do homem do campo", se vestindo como caubóis americanos, andando de Hummer e matando a verdadeira música das zonas rurais. Sem falar nos violentos integrantes do "funk" carioca, que querem tomar todos os espaços do mundo com a sua grosseria e vulgaridade, se achando donos das favelas e de sua população tão sofrida.

Por isso, não nos preocupemos com Wanessas, Magais e Reginaldos. Eles não oferecem perigo. O que devemos combater são os Zezés, Ivetes, MCs, Calipsos e todos esses que insistem em cagar na cultura brasileira para depois se apossar dela. É aí que mora o perigo.

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