Também fui um "bobão". Mas eu só quero fazer os outros felizes

Nada justifica a violência. Não é porque a sociedade excludente em que vivemos só vive nos desprezando ou maltratando que vamos chegar de maneira descontrolada e revidar dessa maneira. Isso, além de prejudicar muita gente, é uma forma de nivelarmos por baixo, no mesmo nível daqueles que nos prejudicam.

Nós, os excluídos, devemos na verdade é provar a essa sociedade que não somos os loucos que eles pensam que nos somos. Temos que mostrar que nós temos superioridade moral, que sabemos respeitar os outros e que podemos pagar o mal que nos fazem, com benefícios.

Devemos utilizar a nossa experiência dolorosa como meio de evitar que outras pessoas passem por aquilo que passamos e não é com violência que se resolve isso. Pelo contrário, agrava mais ainda o que já é ruim. A Violência serve como "atestado" de tudo de ruim que as pessoas pensam - erradamente - a respeito daqueles que se isolam.

Ninguém se isola porque quer. O ser humano é um ser social, criado para viver em grupos. Se alguém se isola é porque foi reprovado no processo de sociabilização, por causa da não satisfação de uma exigência - equivocada - feita pela sociedade.

Nossa sociedade tem valores retrógrados bastante arraigados. Agir com sabedoria e respeito diante disso é mais do que necessário, já que através de uma atitude responsável e altruísta podemos provar a essa sociedade metida a besta que os rótulos que elas impõem a nós estão mais do que equivocados.

Nós, os excluídos sociais (digo isso com responsabilidade, pois tenho experiência como o "bobão" da turma), devemos agir pacificamente, usar a inteligência que temos para criarmos um diálogo que deixe evidente as nossas qualidades e que através disso, passemos a ser valorizados.

O que Wellington fez, pro incrível que pareça, foi o que a sociedade espera de um bobão: um ato desequilibrado que só joga mais lenha na perigosa fogueira do preconceito contra aqueles que ficam calados na escola. Ao invés de agir com sabedoria, optou pelo infeliz caminho da vingança. Aqueles que tinham preconceito contra ele, continuaram tendo, como um bullying póstumo que ele terá que pagar por "confirmar" uma ideia preconceituosa.

Eu fui um bobão. Meu déficit de atenção me impedia de agir como a maioria das pessoas agia. Mas sou espírita, tenho boa educação e nunca deixei a vingança toma conta do meu coração, por mais revoltado que tivesse contra o que fizeram comigo.

A revolta é compreensível, mas nunca pode ser transformada em violência. A revolta deve ser manifestada com reivindicações inteligentes, sempre mantendo o respeito ao próximo, principalmente em quem vive rindo de nossas caras e deve ser usada para que tomemos atitudes sérias para que outras pessoas não sejam vítimas de desprezo e de bullying.

Uma coisa que ninguém sabe: respeitar não é deixar de lado. Desprezo também é uma forma de desrespeito. Devemos sempre manter contato sobretudo com pessoas fechadas, excluídas, fazendo-as sentirem amadas.

Espero que este triste episódio sirva de reflexão profunda para uma grande transformação social em um mundo que está prestes a mudar de estágio.

O novo mundo vai precisar de pessoas com mais moral e mais inteligência. São esses que cuidarão da evolução de nossa sociedade, atualmente em decadência.

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