Animação "Rio" não é totalmente fiel a realidade

ESPREMENDO A LARANJA: Interessante que nem o fato de ter sido criada e dirigida por um brasileiro, Carlos Saldanha, fez a animação ser fiel a realidade. Em alguns aspectos parece pior, em outros parece melhor. Leiam abaixo a comparação entre o filme-desenho e a realidade encontrada no cotidiano da cidade.

Só faltava ter colocado os ônibus de uma cara só, a nova "atração turistica" (irc!) da cidade que já foi maravilhosa um dia.

Um Rio de Janeiro que não estava no ‘script’

Jornal O Dia - Autor não creditado.



No rastro do casal de ararinhas-azuis protagonistas, ‘O DIA’ refez o roteiro do filme ‘Rio’, reencontrou as paisagens exuberantes, mas localizou também problemas.

Rio - A animação ‘Rio’ levou para a telona a saga de um casal de ararinhas-azuis e pôs o Rio em foco. O DIA, então, seguiu o roteiro da ave que já virou símbolo da cidade e, além das maravilhas naturais bem retratadas no filme e alguns serviços ainda melhores do que na ficção, encontrou problemas que não estão no ‘script’: má conservação da Vista Chinesa, queixa de areias sujas na orla da Zona Sul e insegurança e sujeira na Lapa.

Um dos mais óbvios cartões-postais e primeira paisagem de ‘Rio’, os morros da Urca e Pão de Açúcar passaram no teste. Ponto para a ‘vida real’, já que no desenho é nesse passeio que grupo de turistas tem câmeras e joias roubadas por micos cariocas.
Foto: Alexandre Brum / Agência O Dia
Elogios ao passeio por Santa Teresa: charme do bonde, porém, contrasta com mendicância | Foto: Alexandre Brum / Agência O Dia

Ao vivo e a cores, os mais de 50 mil visitantes mensais descem o teleférico deslumbrados e sem queixas quanto à segurança. As amigas Suly da Conceição, 42, brasileira que vive em Buenos Aires há 20 anos, e a argentina Lorena Barreto, 32, destacaram a limpeza e as informações. “Só senti falta foram dos miquinhos e pássaros. Mas a vista é de tirar o fôlego”, exalta Suly.

O calçadão de Copacabana — que na animação é replicado em vários outros pontos da cidade — também agrada, com ressalvas. “Tudo é bonito, mas as areias poderiam estar mais limpas”, opina a francesa Dominique Brissoeaux, acompanhada do marido Françoise, de férias no Rio.

Abrigo noturno do casal de ararinhas Blu e Jade no filme, a centenária Vista Chinesa, como no filme, se destaca pela paisagem. Mas a estrutura do mirante, erguida em 1903, está má conservada e dá seu tom cinza à paisagem retratada em ‘Rio’ com tanta cor e brilho: lodo e plantas crescem nas pilastras e muretas e ornamentos estão quebrados. “Está seguro, policiado. Mas falta um projeto de restauração”, diz a visitante Edma Romam, 44. O funcionário público Rogério Trindade, 53, que caminha todo dia lá, pede a recuperação da fonte perto do mirante e a instalação de um banheiro químico.

Os ‘acidentes’ geográficos da produção

Embora acerte até em pequenos detalhes ao retratar o Rio, no filme homônimo a geografia da cidade é um pouco diferente da que o carioca conhece. O percurso da arara Blu ao deixar o aeroporto quando chega dos EUA indica que o desembarque teria acontecido perto de Copacabana, onde não há aeroporto. O de Jacarepaguá, na Zona Oeste, que poderia ser uma opção após longo caminho pela Barra, não recebe voos comerciais internacionais. Outra cena impossível no Rio real é quando dois personagens percorrem quilômetros de ruas da cidade a bordo de um carro alegórico. A feira livre embaixo dos Arcos da Lapa e o desfile das escolas de samba, com batuque que não se parece com um samba-enredo, estão na lista de divertidos ‘erros’ da produção.

Insegurança atrapalha passeio pelo circuito Lapa-Santa Teresa

O circuito Lapa-Santa Teresa, que no filme é mostrado em diferentes cenas, só desaponta turistas no quesito segurança e limpeza. Embora viaturas da Polícia Militar e Guarda Municipal patrulhem a região, a presença de moradores de rua deixa inseguro quem toma o bonde para percorrer o antigo aqueduto.

“Santa Teresa é um charme, o passeio de bonde, uma delícia. Faz a gente voltar no tempo. Mas alguns mendigos e pedintes nas proximidades dos Arcos me deixam apreensivo”, diz o universitário Rafael Ribeiro, 21.

Na Lapa, a assistente social Ivanise Souto dos Santos, 31, também pede mais segurança: “O risco de assalto é grande. Fora as ruas com mau cheiro”, acrescenta. A colega dela Michelle Caldeira, 31, tem mesma opinião: “Depois de saber de assaltos aqui recentemente, já não ando segura. Fico preocupada para pegar qualquer condução ao sair de algum bar da Lapa”.

Sobre a população de rua na Lapa, a Secretaria Municipal de Assistência Social informou que as operações de acolhimento foram intensificadas e acontecem na região quase que diariamente.

Quanto à limpeza das areias de Copacabana, a Comlurb diz atuar diariamente com 50 garis, nos três turnos, mas que, atualmente, a presença de moradores de rua dificulta a limpeza e uma “operação especial de remoção dessas pessoas” já foi requisitada aos ó

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