A visível decadência do Orkut

O Orkut, que na minha opinião é o mais bem bolado site de relacionamentos de todos, mas apesar disto, só é popular entre os brasileiros, está diminuindo a sua importância, graças a outros sites de relacionamentos que, apesar de mais rudimentares - ou por causa disto - estão cada vez mais influentes.

Twitter e Facebook viraram os sites da moda. Mas eles são simplórios demais. Não estimulam a discussão aprofundada de temas e são péssimos para conhecer novos amigos e até namorados/as. Mas a preguiça por leitura/escrita (que é infelizmente estimulada pela mídia), além da tradicional falta de hábito de pensar e questionar com plenitude, coisas bem comuns nos jovens de hoje, podem estar favorecendo a popularidade de formas mais rudimentares de comunicação. Como diria o saudoso José Saramago, em uma de suas últimas frases: "O Twitter é uma volta ao grunhido".

Com a evolução tecnológica, parece que a população brasileira se isentou de evoluir. cada dia que passa vejo ideias imbecis se consagrando, velhos hábitos que retornam, religiões medievais atraindo cada vez mais jovens, gente aplaudindo a má distribuição de renda, defendendo medidas ou paliativas ou inúteis e pior: consagrando e até obedecendo ídolos vazios, sem ideias e de hábitos duvidosos.

É nesse cenário que uma ótima ideia, o Orkut, começa a perder força. Já perdeu no exterior (embora eu acredite que haja sites de relacionamento locais, desconhecidos mundialmente, que possa substituí-lo).

O Orkut era o site ideal. Surgido da mistura de três ideias existentes na internet: site de namoro, fóruns de discussão e sites de grupos, o Orkut estimulava discussões e ajudava a conhecer melhor as pessoas com quem iniciávamos algum contato.

Com o enfraquecimento do Orkut, caracterizado pela diminuição de postagens novas diárias e da saída de membros, além de comunidades com poucos integrantes que continuam inertes, temo pelo seu fim.

Mais uma mostra que, no Brasil, as ideias imbecis sempre vencem as ideias criativas. É uma tradição que acontece há séculos, para o mal da sociedade brasileira, que acaba nunca evoluindo.