Soul Britânico: Amy Winehouse e o cenário atual

Com a morte da cantora Amy Winehouse meses atrás, aumenta o interesse pelo soul, funk e qualquer ritmo de black-music feito na terra da Rainha Elizabeth. É curioso, pois pelas características típicas do povo britânico - pelo menos no que se diz aos estereótipos - é meio difícil imaginar que de fato existe uma farta e vasta produção no estilo, na Grã-Bretanha.



Para começar com Amy Winehouse, que por causa da mediocrização da mídia, fez todos taparem os ouvidos para a belíssima e complexa música que ela fazia e se preocupar mais com os escândalos causados por ela em seus momentos de ócio. Winehouse, para muitos que não sabiam, era uma cantora completa. Uma espécie de salvação para a decadência musical que se iniciou no final dos anos 80 e dura até hoje. Uma cantora a moda antiga com voz privilegiada e bom gosto inacreditável, que unia o melhor de vários gêneros como jazz, blues, soul e até rock e ska, para aperfeiçoar ainda mais sus complexa música. Uma flor no deserto de nulidades.



Winehouse não precisava de escândalos. Sua música era de altíssima qualidade. Não era um produto como Michael Jackson que dependia de coreografias e clipes hollywoodianos para se tornar o "Rei do Pop", com músicas medianas. Winehouse era uma tentativa a volta ao tempo das velhas divas de jazz como Sarah Vaughan, Ella Fitzgerald, Nina Simone e Billie Hollyday, esta última, a quem Winehouse era constantemente comparada. Uma grande cantora ignorada pelos escândalos que pareciam mais interessantes para a mídia e um público já desacostumados a música de qualidade.



E a jovem cantora era ainda muito jovem, pois tinha apenas 27 anos, a idade de Sandy, quando morreu. A mídia cometeu a asneira de criar o equivocado mito da "morte aos 27 anos", que não faz sentido algum. Afinal muitos morrem em qualquer idade.



A Cena atual do soul britânico



Com a morte de Winehouse, a imprensa e o público britânicos já procuram uma sucessora ou pelo menos alguém que possa manter acesa a chama do soul britânico. E não faltam nomes, que são muitos.



E a lista é extensa. Além da própria afilhada de Winehouse (a falecida cantora estava ajudando uma talentosa jovem a iniciar a sua carreira), Dionne Bromfield, temos Joss Stone (que está em nova fase da carreira com selo próprio e integrante de um supergrupo poliritmo liderado pelo eterno vocal dos Rolling Stones - a Stone e o Stone? - Mick Jagger), Duffy, Estelle, Adele, o cantor e showman Jamie Cullum, isso só para citar os mais famosos. Existem muito mais nomes, que a minha memória e o espaço curto desta postagem não permitem listar.



Fora veteranos que ainda continuam carreira como Jamiroquai e Simply Red, que bebem nas fontes de grandes nomes dos anos 60 e que tem servido de continuação (o primeiro nos anos 90 e o segundo nos anos 80) do trabalho de seus mestres.



Esta postagem é inauguração de uma série



Com a inacreditável fartura de produção no soul britânico, decidi fazer uma série. Para mostrar didaticamente que o Reino Unido não é só rock e skiffle e que a produção de black-music surpreende pela quantidade e pela qualidade, já que os soulmen britânicos imprimem ao gênero a elegância típica dos lordes ingleses, valorizando ainda mais a melodia e a criatividade.



Muita coisa vai ser falada sobre a black-music feita na terra dos lordes. Aguardem. Vocês irão se surpreender.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Canção do Ultraje a Rigor é plágio de música de banda francesa de new-wave

Personagem de novela me fez chorar sinceramente

Eu detesto feriados