Manobrista empresta carro para amigos e causam acidente com morte

ESPREMENDO A LARANJA: Esse acidente irresponsável deveria ser culpa principalmente do manobrista, que nunca deveria ter emprestado um carro que não é dele a outras pessoas, quem quer que seja.

Isso lembra o acontecido no filme Curtindo a vida adoidado, onde um manobrista com cara de terrorista pseudo-islâmico (a religião islâmica na verdade não apoia o terrorismo), pega o carro do protagonista para dar um longo passeio com o seu amigo. Nada acaba em acidente, mas altera o velocímetro do carro do pai do amigo do protagonista, um carro pego sem autorização desse pai.

Mas o caso ocorrido em São Paulo é grave e os envolvidos merecem ser punidos pela irresponsabilidade.

Médica deixa carro com manobrista e é avisada sobre acidente com mortes

Kleber Tomaz Do G1 SP - 02/11/2011 07h30

Um manobrista de um estacionamento particular em Higienópolis, bairro nobre na região central de São Paulo, recebeu o carro de uma médica que trabalha na Avenida Angélica, mas, em vez de guardá-lo, acabou “emprestando” o veículo a dois amigos que queriam ir a Caieiras, na Grande São Paulo, na noite deste sábado (29).

O que parecia uma irregularidade sem maiores consequências, já que a dona do veículo estava de plantão até domingo (30) e provavelmente não ia desconfiar de nada, se tornou uma tragédia irreparável. Um dos colegas do manobrista que dirigia o Kia Carens da pediatra fez uma conversão proibida na Estrada Velha de Campinas ao tentar ultrapassar uma carreta, que momentos antes havia derrapado e batido na lateral de um Fiat Palio Weekend. Ao fazer o contorno, o Kia colidiu na contramão, de frente, com o Palio.
saiba mais

Dentro do Palio estavam as jornalistas Ligia Maria Celeguim Tuon e Denise Pimentel Spera, ambas com 25 anos, e o professor de informática Bruno Tuon Perim, de 27. Denise e Bruno morreram por causa da colisão. Ela era a condutora. Bruno estava no banco de passageiros e era primo de Ligia. As vítimas foram sepultadas no domingo em Caieiras.

“Quando o delegado me ligou, estava no hospital atendendo uma criança em crise. Fiquei e ainda estou chocada realmente. Não sei o que dizer. Não sei o que passou na cabeça desse funcionário que tirou o carro de alguém. O estacionamento está me dando toda a assistência. Disseram que vão arcar com as despesas. Deu perda total. Mas o pior está do outro lado. Fico com pena dessas famílias que perderam seus filhos", afirmou a médica proprietária do Kia. Ela só aceitou falar com o G1 sob a condição de que seu nome não fosse divulgado.

"A gente sempre deixa o carro achando que ele está seguro. Agora terei de rever onde deixo meu carro. O estacionamento fica perto do trabalho. Trabalho lá há dois anos e nunca havia tido qualquer problema até agora”, afirmou.

Sobrevivente

A jornalista Ligia Maria Celeguim afirma que estava chovendo na hora do acidente e que a curva era muito perigosa. "Eu estava no banco da frente. Eu vi a carreta desarticulando em ‘L’, derrapou para nosso lado. Teve várias pancadas violentas. Para mim nem tinha outro carro participando do acidente. O motorista do caminhão parou um pouco à frente. Ele não me resgatou nem aos outros. Fiquei bastante machucada. Fiquei com labirintite. Lesionei o pulmão direito. O cinto queimou meu ombro e a barriga. Estou com bastantes escoriações. Eu não sei dizer se foi falha do motorista do caminhão ou do outro carro que bateu depois no veículo onde eu estava.”.

“Espero que haja justiça com o que ocorreu com minha filha, que os culpados respondam pelos atos errados que fizeram. Esses indivíduos que pegaram um carro indevidamente de uma médica em São Paulo e foram para Caieiras têm de responder pelo furto do veículo e pela morte da minha filha e do amigo dela”, disse Waldemar Spera, pai de Denise, que autorizou o G1 a divulgar a foto da filha.

A mulher dele, Vânia Spera, escreveu uma carta em memória da filha do casal, Denise. "No dia 30 de junho de 1986 Deus te colocou no mundo e no dia 8 de julho ganhei o presente mais valioso que o ser humano pode ganhar. Foi aquela “rosa” com olhinhos azuis, cabelinhos de fios de ouro, clarinha como a neve. Foi assim que te vi pela primeira vez. Desde este momento minha vida se transformou, foram só grandes conquistas, grandes realizações, momentos surpreendentes, tudo, tudo que o ser humano pede a Deus, e eu fui beneficiada com essa graça de receber de Deus a minha Denise", escreveu, em um dos trechos.

Formada em jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu, Denise havia feito curso de inglês em Londres e estava trabalhando como consultora de marketing em uma empresa na capital paulista. “Ela era uma filha dedicada, não se cansava de estudar”, afirmou Waldemar, que analisa a possibilidade de entrar com algum processo contra o estacionamento onde trabalha o manobrista qe “cedeu” o carro da cliente irregularmente para as pessoas que provocaram o acidente que resultou na morte de Denise e Bruno.

Investigação

O caso foi registrado na Delegacia do Centro de Caieiras. O manobrista Jhonatan Paulino Alves dos Santos, de 22 anos, seus amigos, Higor Costa Araújo e Nivaldo Castro, que estavam no Kia, e o motorista do caminhão, José Benedito dos Santos Filho, de 38 anos, foram responsabilizados individualmente pela Polícia Civil.

Texto reproduzido parcialmente. Leia mais no site do G1.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Canção do Ultraje a Rigor é plágio de música de banda francesa de new-wave

Personagem de novela me fez chorar sinceramente

Eu detesto feriados