Conheça a situação dos selos e gravadoras transnacionais

A indústria fonográfica está em decadência. O preço caríssimo exigido por elas para aquisição de seus discos tem espantado a freguesia que preferiu baixar músicas da internet e comprar cds falsificados.

A indústria, para não falir, além de diversificar seus produtos - priorizando os ainda vendáveis DVDs e criando divisões que cuidam da produção de concertos, verdadeira "galinha dos ovos de ouro" de artistas comerciais, resolveram extinguir selos e fundir companhias.

Aqui, aproveitado essa remexida das gravadoras, vou traçar uma radiografia sobre as companhias e seus selos para que as pessoas possam estar por dentro do que está acontecendo com as gravadoras. Vou me limitar as grandes companhias e vou dividir as seções com base na situação atual. Vamos lá.

Universal Music / EMI

A Universal Music já é uma companhia surgida de uma fusão, entre a Universal Music propriamente dita (que surgiu como MCA Records, braço fonográfico da companhia quem, entre outras coisas, ajudou a criar os desenhos do Pica-pau) e a companhia holandesa PolyGram (ex-Phonogram), unidas oficialmente em 1998, então sob a administração do grupo canadense Seagram. Hoje, a Universal faz parte do grupo francês Vivendi. Dos grandes grupos é o que possui mais selos.

Graças a enorme quantidade de selos, a Universal separou os selos da PolyGram e da ex-MCA em grupos, baseado na localização das sedes das mesmas nos EUA (embora a sede da Universal seja no Canadá):

Grupo Mercury/Island - O principal grupo. A Polydor americana é absorvida pela Mercury e as duas juntas se transformam na Island Def-jam, após a absorção do famoso selo de hip hop (gênero musical que é prioritário para as gravadoras dos EUA e que desbancou o rock na preferência dos jovens ianques). Sediado em Nova York.

Grupo Interscope - Sediado em Los Angeles, o selo, que surgiu como uma divisão da Atlantic Records (Warner), o Interscope cresceu muito, a ponto de se tornar o selo-chefe desta divisão, em detrimento do tradicionalíssimo A & M Records, fundado pelo músico Herb Alpert (e que coincidentemente tem no seu elenco, muitos nomes do qual sou fã), que fundiu com uma pequena gravadora, a Octone (ex-RCA), perdendo privilégio. No grupo ainda temos a Geffen Records, fundada pelo produtor musical e cinematográfico David Geffen, que absorveu todo o espólio (artistas, gravações) da antiga MCA Records (extinguindo a tradicional marca), se tornando o segundo selo mais forte do grupo. Na Inglaterra, o acervo da antiga MCA é absorvida pela Island Records, embora exista a Geffen britânica, que só cuida do acervo original, anterior à aquisição da MCA.

Grupo Universal/Motown - Por incrível que pareça, a divisão que leva o nome da companhia não é a sua divisão mais importante, embora tenha crescido bem (principalmente por causa do selo Republic, que vem contratando muita gente de nome). É o grupo em que se situa o famoso selo de soul music Motown, hoje enfraquecido, vivendo da glória passada de seu antigo acervo.

Universal Classics and Jazz - Os selos clássicos e de jazz fazem parte do mesmo grupo, embora os clássicos (Deutche Grammophon, Decca, Archiv, Philips) e os de jazz (Verve, GRP, UMJ), sejam considerados divisões diferentes do mesmo grupo.

Universal International - selos apenas distribuídos pela Universal, mas que não são propriedade da companhia se encontram neste grupo. O Concord (Concord, Fantasy, Hear Music) e Walt Disney Records (que inclui a Hollywood Records), além de vários selos pequenos, são apenas franqueadas pela Universal International.

Aquisição da EMI - Ano passado foi anunciada a aquisição da gravadora inglesa EMI pela Universal Music. Não sabemos como será a divisão de selos - alguns poderão ser extintos, creio. O que se sabe que o selo Chrysalis já havia sido extinto pela EMI, absorvido pela Capitol Records nos EUA e pela EMI UK em sua terra natal. A divisão brasileira da Virgin (que pegou a estrutura da extinta Odeon), surgida em 1995, também já estava extinta há tempos, fundida com o selo-título. Em 2012 é que saberemos como a tradicional companhia inglesa irá ser tratada após ser fagocitada por outra.

Sony Music

Conhecida como CBS em décadas mais remotas, foi adquirida pela japonesa Sony no início dos anos 90. Em 2005, adquire toda a gravadora alemã BMG (Bertelsmann Music Group, ex-RCA Records) e passa a usar o nome provisório de Sony-BMG. Em 2008 retoma o nome Sony Music, mas fazendo um rearranjo nos selos da antiga BMG:

- Os selos Arista e Jive são extintos e seu acervo é absorvido pela RCA Records, que desde os tempos da Bertelsmann, tinha deixado de ser o selo-título da companhia.
- A Arista britânica é extinta e seu acervo é transferido para a divisão inglesa da Columbia Records.
- A Epic Records inglesa se funde com a Columbia Records inglesa, mas mantem o rótulo.
- Selos recentes como La Face e J Records também são absorvidos pela RCA.
- A divisão clássica da companhia funde os selos Red Seal e CBS Masterworks na Sony Classical.
- A América Latina perde o direito de usar os selos, se limitando a colocar o nome da companhia em seus discos.

Warner Music

A companhia que sofreu menos mudanças foi a Warner Music (ex-WEA), mas não deixou de participar do grande remanejamento de selos.

O grupo titular Warner Bros Records se manteve intacto. Apenas absorveu o selo de jazz Nonesuch (mantendo o rótulo) e o acervo da London Records (eliminando o rótulo, detalhes abaixo), que era divisão da Decca, que permaneceu na companhia.

Os grupos Elektra e Atlantic se fundiram, extinguindo apoenas o selo East West. A companhia cria o selo Rhino, para coletâneas e lançamentos antigos, que inicialmente fazia parte da Atlantic. Com o tempo, a Rhino ganhou grupo próprio, a Rhino Entertainment, relançando os álbuns de toda a companhia. No Brasil, a East West, que havia pego todo o acervo da antiga Continental, se transforma em Rhino Brasil. O selo WEA desaparece por completo, substituído pelo logo da companhia, como na Sony brasileira.

Em 1998, a PolyGram, ao se fundir com a Universal, foi obrigada a se livrar de toda a London Records, transferida para a Warner Music. Inicialmente, a Warner usou a logomarca da London em seus discos. Mas em 2010, a Universal, entendendo que a marca London sempre fez parte da história da Decca, readquire apenas a logomarca, com a Warner ficando apenas com todo o acervo, imediatamente transferido para a Warner Bros Records.

Som Livre

É a única grande companhia fonográfica 100% brasileira, braço das Organizações Globo. Embora seja uma major, como as outras, nada tem de relação com qualquer das citadas, se limitando apenas a fazer permutas publicitárias com as mesmas.

Mais informações sobre essas companhias, digite o nome delas nos sites de busca e leia mais a respeito. Procure também saber qual companhia ou gravadora lança os discos de seu artista favorito. Pode ser útil na hora de comprar pela internet.

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