Eu sou o pé ou o chinelo?

ESPREMENDO A LARANJA: Dizem que para todo pé cansado existe um chinelo velho. Balela. Sou daqueles que acredita que é melhor estar sozinho que mal acompanhado. Meu pé ainda não cansou. Eu quero chinelo novo e de qualidade. Deixem o chinelo velho para aqueles que se contentam com qualquer coisa. Pois nada pior do que conviver 24 horas com alguém que não pensa como a gente.

Já namorei muita mulher chata, que nada tinha a ver comigo. Fazer o quê, era o que sobrava, pois as mulheres que combinavam comigo acabavam sempre se casando com os homens que não combinam com elas!

Assim desse jeito, prefiro continuar sozinho.

Eu sou o pé ou o chinelo?

Postado em 17/01/2012 / Por Marcus Vinicius - Blog Contra a Correnteza

Depois de uma certa idade todo mundo quer saber porque você ainda continua solteiro. Não interessa o fato de metade dos seus amigos que casaram terem separado antes de dois anos de casamento, o problema é você, que continua por aí fugindo do enlace matrimonial.

E basta ir numa festa, batizado, coquetel de divórcio, seja onde for, que fatalmente vai ter que explicar que sim, esta é uma opção sua e, sim, também é uma opção dos outros e, sim, também é porque você acha que não precisa unir seus defeitos intoleráveis com os defeitos intoleráveis de outra pessoa só para ser infeliz junto de alguém.

- Nossa, você é linda, independente, culta, porque tá sozinha?

- Ah, fui ficando mais exigente, sabe?

- Quem escolhe demais fica sem nada, viu?

Mas pense bem: você conhece uma pessoa que parece legal, rola aquela atração física, saem a primeira vez, ficam, resolvem que vão continuar e tal, e um belo dia a pessoa telefona e te chama pra uma micareta.


Como você quer dar uma chance, até pensa em ir, sabe como é, só pra agradar, mas depois pensa "E se isso der em namoro? Porra, eu vou ter que ir a micaretas o resto da vida". E então comete aquele erro fatal que faz as pessoas gostarem bem menos de você: é honesto. Vira e diz "pô, micareta não rola, eu simplesmente tenho mais horror disso do que de um tsunami de bosta". Pronto, lá se vai aquela possível relação atrás do trio elétrico.

O problema é que isso tudo soa muito razoável na hora, mas quando você vai contar para alguém sempre fica parecendo que foi um exagero seu:

- Qual o problema? Uma micaretinha de vez em quando? Você é muito intolerante.

Dito isso a mocinha resolve deixar de ser "tão intolerante" e cede às cantadas de Reginaldo Rossi do filho do vizinho. Combinam uma saída no domingo (programa mais light e tal) e quando entra no carro dele nota que o MC Jibóia está tocando no volume máximo, olha os CDs tentando achar algo que se salve, mas só encontra Parangolé, Chiclete, Revelação e Swing & Simpatia (ou seja lá como se chamam essas coisas), aí pensa: preciso mesmo namorar alguém que ouve a trilha sonora do Domingão do Faustão no carro?

Mas a cobrança nunca termina:

- Se você não escolhesse tanto.

- É, acho que é chatice mesmo, pronto, eu escolho demais, admito. Vamos falar mal de outra pessoa que esteja ausente agora?

- Não se irrite, sempre tem um chinelo velho pra um pé cansado.

- Sério? Então me diz, você acha que eu sou o pé ou o chinelo?

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