Festival de verão aposta na ruindade de todos os tipos

Ontem começou o Festival de Verão de Salvador. Bons tempos que que havia alguns dias que tinha dias com três atrações interessantes para ver. Na melhor das hipóteses, neste ano, tem dias com uma atração só. Até o chato do James Blunt foi chamado, para manter a nova tradição de convidar nomes decadentes do pop internacional para se apresentarem no Festival de Verão.

Como lema, o velho disco arranhado da "mistura de ritmos", que não convence mais ninguém. Mistura? Só se for mistura de cocô: de passarinho, de cachorro, de cavalo, etc.. Mudem o discurso, por favor! Pois quem conhece música sabe que o popularesco (axé, pagode, "sertanejo", "funk", brega e similares) é tudo a mesma coisa, mesmas letras, mesma tosqueira, com insignificantes variações na batida.

Para manter o clima de corporativismo, a perua-mor Ivete Sangalo e Chiclete com Banana, liderado pelo mafiosos mau caráter Bell Marques, que nunca faltaram a uma edição do evento (amigos dos organizadores?), vão dar o ar de suas desgraças pela enésima vez. A gêmea siamesa de Ivete, Claudia Leitte já chateou o público na primeira noite.

Desta vez o popularesco está bem hegemônico no palco principal, além de ter um stand só para essas breguices no "casarão dos ritmos". Os fedorentos banheiros químicos vão ficar lotados de tanta disenteria.

Aliás, falam tanto em tecnologia no festival, com telões mais modernos, caixas de som mais potentes, logotipo futurista... Que adianta isso tudo se o elenco de "artistas" é aquela velha breguice que já estava mais do que datada antes dos anos 60 e que foi reciclada nos anos 90, disfarçada pela roupagem pseudo-modernosa?

Além do principal, mais dois palcos foram montados: a "concha acústica", com um monte de amenidades feitas apenas para passar o tempo e a tenda eletrônica, com vários Djs desconhecidos que vieram provar porque o Brasil é o único - eu disse o único - país do mundo em que a Dj Culture ainda está em alta (o que explica o fato de Djs famosíssimos praticamente estarem "morando" no Brasil). Porque lá fora, só para jacu.

Mostra que a produção musical no Brasil está realmente uma merda, estragando a nossa cultura e ensinando errado a nossa juventude, que sem os referenciais de uma cultura realmente relevante, já começa a achar que o caminho da evolução intelecto/cultural é pelo caminho da ruindade musical, com seus arranjos toscos e suas letrinhas imbecis.

Uma pena o festival ter ficado assim, uma verdadeira merda - quase literalmente falando, pois quando tinha algo bom, eu gostava de ir lá.

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