A cultura não pode evoluir através da ignorância
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Para os defensores da "nova cultura", ou a nova cultura deve ser totalmente separada da intelectualidade ou deve ser considerada a burrice como "nova forma" de intelectualidade, supostamente mais "pura" e sem os "corantes e aromatizantes" de uma verdadeira formação intelectual. Uma pedra bruta que não deve ser polida e que deve ser lançada assim mesmo. Como um concreto qualquer sendo tratado como uma pedra preciosa.
Essa ideia errada de qual rumo a cultura brasileira - e mundial também - deve percorrer está fazendo a produção cultural a gerar produtos cada vez piores, toscos e muitos deles associados a valores duvidosos de todos os tipos.
Mas seus defensores insistem em dizer que a cultura "está evoluindo" e que o que importa é que é tudo novidade e que a cultura continua sendo produzida. Preferível que não estivesse sendo.
A falta de discernimento resultante de uma péssima formação intelectual já causa sérios estragos a cultura nacional. A elite, com pena dos pobres e pensando em estar dando assistência, resolveu dar-lhes estúdios, microfones e câmeras no lugar de qualidade de vida (que inclui educação, instrução e uma formação intelectual - os três não são sinônimos). E aí, a periferia, que não sabe direito quem ela é, resolve mostrar a sua cara.
Cara que não condiz com a realidade de seu cotidiano. Ou são aquelas obras de falsa alegria ou são protestos toscos e cheios de clichés, coisa típica de quem tem o senso crítico bastante atrofiado.
Porque será que todos apoiam a produção cultural feita por representantes dessa periferia? Não seria melhor educar os pobres e tirá-los da miserável condição em que se encontram? Será que "mandar" na cultura serve como indenização para o abandono recebido durante décadas na sociedade em que vivemos?
Muitas perguntas, mas o diagnóstico é um só: a periferia não está pronta para produzir nada. Pelo menos essa periferia.
Antigamente tínhamos pobres mais inteligentes
Em outros tempos o povo pobre era mais inteligente. O mais incrível é que não existia nem internet nem qualquer tipo de mídia que pudesse colocar o povo pobre assim tão em evidência. O que leva a crer que a elite esperou a periferia se emburrecer para depois dar-lhes a voz, impedindo qualquer possibilidade de subversão.
A própria música brasileira, por exemplo, era bem rica no passado, graças a artistas vindo das classes pobres, mas que além da sabedoria natural, nunca foram contaminados com as bobagens que a TV aberta mostrou em décadas mais recentes.
Mas nos últimos anos, com a redemocratização do país, houve a preocupação de evitar o surgimento de possíveis subversivos a questionar os abusos da elite brasileira. daí surge a necessidade de desestimular a evolução intelectual, com uma cultura mais emburrecedora, um sistema educacional cada vez mais chato, complicado e inútil e estimular a submissão à mídia e a regras sociais equivocadas, resultando na ilusão de que com a evolução tecnológica, somos seres prontos e que não precisamos aprender mais nada. Só usufruir.
E assim, caminha a nossa cultura, para uma franca decadência, como um carro sem freio numa ladeira acentuada, o que vai acabar enfraquecendo o nosso povo já fraco, crédulo, acomodado, fascinado por ilusões e que pensa que conquistaremos nossa soberania fazendo o papel de bobos da corte do mundo, com pessoas muito mais evoluídas que nós rindo das bobagens que fazemos e que pensamos ser o máximo de nossa sabedoria.
Pois para mim, não faz sentido ver a cultura "evoluindo" de algo magnífico, como era na metade dos anos 60, para acabar num festival de besteiras imbecis e malfeitas, produzidas por cabeças-ocas paus-mandadas que se acham no direito de guiar as rédeas da nova cultura produzida no Brasil.
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