15 anos sem Laura Nyro

Hoje completa 15 anos da morte de minha cantora favorita, a norte-americana Laura Nyro, que tive a felicidade de descobrir cerca de 10 anos após a seu falecimento.

Nyro morreu de câncer de ovário, e com isso, calou-se uma das mais belas vozes e uma das mais criativas mentes que a música mundial já teve. Além disso, Nyro era uma mulher lindíssima, apaixonante, cuja beleza de traços equilibrados seduziam ao primeiro olhar.

Mas na música que se nota claramente suas maiores qualidades. Compositora afiada e frequente, Nyro se negava qualquer comercialismo musical, seguindo uma carreira - realmente - alternativa (hoje virou moda qualquer cantor de banheiro se autodeclarar "alternativo"), onde a sua mais do que bela voz de deusa era usada para verdadeiras obras de arte inquestionavelmente perfeitas.

Por sua postura anticomercial, Nyro pagou o preço da impopularidade, chegando a ser vaiada no festival de Monterey (um festival de música de altíssima qualidade, importante destacar). Imagine nos dias de hoje, onde uma cantora medíocre, a também falecida Whitney Houston, endeusada pela mídia graças a verdadeiras melecas sonoras entoadas a puros berros é considerada a "grande cantora", a "melhor". Nyro seria vaiada com solenidade, infelizmente.

Realmente os verdadeiros gênios nunca posam de gênios. E raramente são tidos como tais pela imensa massa de pessoas "educadas" pela televisão e pelo rádio. Nyro é uma cantora genial não porque a mídia construiu um mito para ela, mas porque a sua obra é realmente genial. Nyro era altamente criativa e sua música em nada se parecia com o que surgiu antes. Só com o que surgiu depois, já que teve uma legião de seguidoras, como Kate Bush, Tori Amos, Fiona Apple e Regina Spektor, todas claramente influenciadas por Laura Nyro.

Uma pena a mediocrização musical ter virado uma epidemia que não para de se alastrar, fazendo com que Laura Nyro se permanecesse como ilustre desconhecida para a maior parte da população terrestre. Nem como cantora de qualidade, ela é reconhecida por essa massa, que aprendeu a equivocada ideia de que qualidade musical se mede pela popularidade.

Mas eu me mantenho na solitária condição de fã desta mulher bela e incrível, com a aparência de um anjo, sabedoria de um filósofo e atitude de uma guerreira. Eli and The Thirteenth Confession (1968) para mim é um dos melhores discos de todos os tempos (em qualidade cultural e em gosto também) e senti um forte impacto ao ouvir o álbum pela primeira vez. Um álbum absolutamente definitivo para a história da música mundial.

Laura Nyro, eu te amo, amo sua música e tenho certeza que o que você fez pela cultura mundial permanecerá para sempre, mesmo que muitos nem percebam isto.












Uma entrevista para uma rádio, em 1969:



Depoimento de Elton John a Elvis Costello falando sobre Laura Nyro:

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