O excesso de mulheres comprometidas

No Brasil, existe um mito, raramente contestado, que diz que a maioria das mulheres são solitárias e correspondem as melhores que existem. Que os homens podem escolher à vontade e que elas são fáceis de conquistar. Isso é tão verdadeiro quanto Papai Noel ou coelhinho da páscoa.

Na verdade, a maioria das mulheres são comprometidas. E para piorar as coisas, são justamente as melhores, mais bonitas, mais cultas, femininas, refinadas, que estão comprometidas. No mínimo namorando firme. E estão comprometidas geralmente com machos com a sensibilidade de uma rocha, a ternura de um gorila e o altruísmo de um ladrão, além da maturidade de um bebê de 2 anos de vida. Esses tipos se adaptam melhor às (equivocadas) exigências sociais do que deve ser um macho, exigências cobradas pelas mulheres para o início de um relacionamento. Pelo perfil da maioria dos maridos, dá para confirmar esta tese.

E as mulheres que sobram? Bom, não é assunto para este tópico. Me limito a falar que os homens solitários perdem o direito de escolherem suas companheiras. Tem que se contentar com o que aparece. Quem chega primeiro, leva as melhores, merecendo ou (principalmente) não merecendo. Quem sobra fica de mãos abanando.

Como as regras de conquista são injustas e confusas, quem não tem capacidade de segui-las ou concorda com elas (estou no segundo caso), está condenado a solidão perpétua, já que ninguém está disposto a abrir mão dessas regras, já que essas mesmas regras é que separam os "capazes" dos "incapazes" (conceito considerado lindo e "justo" num mundo competitivo como o nosso). Only the strong survive, é o que dizem.

Mas como os melhores conquistadores dão piores maridos (eles só querem conquistar mais e mais: quando uma"ovelha" é "morta", largam a primeira e partem para "matar" outra), casamentos infelizes acabam sendo o resultado da utilização de regras tão equivocadas, injustas e pré-históricas, já que os critérios e táticas de conquistas exigidos pelas mulheres são os mesmos de zilhões de anos atrás. Algo tem que mudar.

O interessante é que os prejudicados por essas regras são homens, como eu, que dariam ótimos maridos, pois são inteligentes, bem-humorados, gentis, fiéis, companheiros. Nunca ouvi falar de brutamontes reclamando de falta de mulher. Mulheres acham que os brutamontes dão ótimos maridos e que só precisa moldar para ficarem melhores. Aí, não conseguem moldar essas criaturas teimosas e a infelicidade se instala definitivamente no casamento. Ô, mulheres burras...

Enquanto isso, homens legais como eu ficam sozinhos, chorando pelos cantos, sem saber como arrumar uma companheira, pois não se adéqua a nenhuma das exigências de aparência/comportamento/situação financeira impostas pelas mulheres nessa burocracia afetiva injusta que só beneficia os cafajestes truculentos que não amam nem a si próprios, que dirá uma esposa.

E nessa injustiça afetiva, todos vivem infelizes para sempre, os solitários, as mulheres e seus maridos. Se as regras não mudarem, com certeza a situação nunca mudará.

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