Brasil, País Varonil: Lugar marcado para paqueras

A sociedade brasileira adora regras. Dá a ilusão de organização. Onde não tem regras, sempre aparece um engraçadinho disposto a criar e outros mais engraçadinhos ainda a obedecer. E muitas dessas regras são criadas aleatoriamente, sem observar a sua necessidade, com a finalidade ou de criar obstáculos a obtenção de um direito, ou apenas para dar ilusão de organização mesmo.Uma dessas regras é a estipulação de lugares fixos para paqueras.

Ué, mas não vivem dizendo que no amor não existem regras? É, dizem. Mas só de brincadeirinha. Vocês não acham que em uma sociedade com a brasileira, que obedece rigorosamente mídia e tradições sociais, a vida afetiva ia ser deixada de fora nessa ditadura enrustida?

Mulher não paquera nas ruas

Seja por insegurança, seja pela facilidade em arrumar namorados em seus ambientes particulares, é notável que as mulheres não gostam de paquerar nas ruas. Isso é fato e muito observado.

Na verdade, as mulheres estipulam as regras de conquista. É uma espécie de filtro instintivo - ser humano não precisa disso, qualé? Temos raciocínio!), para eliminar a excessiva demanda masculina. Quanto mais atraente for a mulher, mais regras fará, para que apenas aquele que satisfaça todas as exigências  atravesse o tal "filtro".

Uma dessas exigências é o lugar fixo de paquera. As mulheres só dão mole ou tomam iniciativa em duas situações:
- Nos ambientes rotineiros onde elas possam conviver e/ou ver os pretendentes de maneira frequente
- Em lugares de festa tipo, bares, boates ou até mesmo em cursos de dança

O motivo disso ainda não está claro. Uns argumentam que elas fazem isso porque não se sentem seguras em paquerar em qualquer lugar. Outros, que a mulher precisa de um clima para desenvolver a atração afetiva. Outras simplesmente por metidice ("na rua só tem mané, só tem homem que não presta")

Estranho lembrar que para muitas mulheres um playboy embriagado é mais confiável para ser namorado/marido que um rapaz tímido sentado em uma biblioteca. Mais uma prova da complexidade feminina que ninguém ainda conseguiu entender e compreender.

De qualquer forma, isso prejudica os homens não interessados nas festas ou que não tenham a oportunidade de conviver diariamente com as mulheres interessantes. 

Mulheres prejudicadas pelas próprias regras que criam

Mas, por incrível que possa parecer, até mesmo as mulheres já começam ser prejudicadas com isso. Com o desinteresse de muitos homens por bares, boates, por verificarem o alto índice de futilidade nesses ambientes, as mulheres passaram a perceber uma redução na frequencia de homens nestes lugares. Como a "ficha ainda não caiu", pensam que está faltando homens. Não está.

Na verdade, os homens deixaram de frequentar esses ambientes. Uma pesquisa feita em uma comunidade de namoro no Orkut mostrou que é enorme o número de homens que evitam este tipo de lugar, muitos inclusive reclamando de bares, boates, etc. E as mulheres , que ainda não escolheram outra alternativa às duas opções citadas, acharam melhor manter o erro e reclamar publicamente da falta de homens, transformando numa espécie de "tradição-estereótipo".

E por essa manutenção dos erros, muita gente fica só, outros muitos se casam com as pessoas erradas e o amor se transforma numa palavra vazia a nomear uma utopia resultante da nossa imaturidade que ainda negamos em combater.

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