Nos EUA, Hip-hop é do povão!


Por Marcelo Pereira

O hip-hop atual americano é visto pelos brasileiros como vanguarda e como se tivesse algo realmente interessante a dizer. Mas fatos mostram o contrário.

Antes de falar sobre isso, é bom lembrar que o hip-hop atual nada tem a ver com o cenário conscientizado que gerou nomes como Kurtis BlowGrandmasterflashPublic Enemy e os judeus budistas do Beastie Boys. Além do bom rap alegre de Will SmithFat BoysNaughty by Nature e De La Soul (que participaram de uma faixa dos Gorillaz, projeto fictício de Damon Albarn, do Blur). Esta fase do hip-hop oitentista é bastante apreciada por mim, do contrário do hip-hop atual, abominado por mim.

O hip-hop atual americano, surgido na metade dos anos 90, conhecido também como gangsta rap, já que vários intérpretes são oriundos de gangues de delinquentes, que se arrependeram do crime e foram fazer musica, manda no hit-parade americano. 

A sua hegemonia obrigou uma adesão maior de nomes de outros gêneros, para poder garantir a popularidade e se manter na mídia. Mesmo nomes que faziam charme como Alicia Keys, aderiram ao estilo devido às amizades e ao sucesso. Até latinos aderiram. Shakira, Enrique Iglesias, Rick Martin, Nelly Furtado (português também é latino, para os ianques) e Christina Aguilera, não cansam de cantar e dançar como os gangstas. Até uma versão roqueira do gênero apareceu, como o nu-metal (Korn, Limp Biskit, Linkin Park e quejandos). Agora o gênero ganha a adesão de Katy Perry e da ninfeta Miley Cyrus, a eterna Hannah Montana. Até mesmo a cantora folk Taylor Swift e as inglesas Lana Del Rey e Ellie Goulding, que ainda fazem música de qualidade, já recorrem a compulsória participação de rappers para tentar alcançar maior popularidade.

Além disso tudo, o hip-hop atual é chato, sem melodia, com raps lentos e modorrentos que só falam dos mesmos assuntos, dando a certeza de quem se envolve com o gênero, além de não ter vocação musical, está nessa mesmo é para faturar uns bons trocados, fato que é provado pela ostentação da riqueza que os integrantes desse gênero não cansam de fazer, após enganar milhões de pessoas com seu papo pseudo-engajado.

O gênero é muito hegemônico nos EUA e quem não adere não faz grande sucesso. Pois é bem popular, é povão. É um ritmo retaguarda, que está numa silenciosa decadência nos EUA, onde não é visto como arte e sim como pura diversão.

Mas tenho saudades do antigo hip-hop, que não lança novos nomes há muitos anos. Pelo menos os últimos dos moicanos, os Beastie Boys, mesmo com a morte de um integrante, Adam Yauch, ainda representam o bom hip hop na música atual.


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