Cadê a Diversidade?

Os defensores da música brega atual, que justamente por defender, não a define como tal, vivem exaltando a suposta diversidade musical em que vivemos. Uma diversidade apenas teórica, pois quem entende de música sabe muito bem que se trata de um tipo de música que atende sob os mais variados rótulos, com leves alterações nas batidas e no visual (??!!).

Mas aos poucos a mascara vai caindo e a mentira, que tem perna curta, vai desaparecendo. A proposta que atende pelo nome de "tudo junto e misturado", onde defende uma falsa democracia musical, acaba na verdade por mostrar que todo o engodo musical que é jogado na marra na cara da juventude (e como brasileiro gosta de ser enganado, a juventude acaba adorando o lixo vomitado em seus belos rostinhos) é na verdade a mesma porcaria com leves alterações.

Pelo jeito já começam a sacar isso, já que ficou quase impossível esconder. O cantor Michel Teló, símbolo de um marketing poderosos que forjou um sucesso internacional de araque para enganar os fãs brasileiros (servindo de “atestado de qualidade” para aqueles que não se informam sobre o que acontece realmente lá fora), teve o seu mais famoso sucesso, Ai se eu te pego, claramente plagiado pelo grupo Sorriso Maroto, em Ai, assim mata o papai. As duas músicas são idênticas e é impossível ouvir uma sem lembrar da outra.

Um detalhe que derruba abaixo a tese da “diversidade musical”: Teló é rotulado de “sertanejo” (em aspas, pois de “sertão” ele não tem nada), enquanto o Sorriso Maroto é representante do pagode mauricinho, versão jeca e mercenária do samba paulista. Ou seja, são tidos como representantes de gêneros supostamente diferentes, já que quem não tem o hábito de usar o discernimento, é incapaz de perceber essência, se limitando a usar aquilo que ´percebido a primeira vista ou difundido pela mídia ou costumes sociais.

Na verdade estamos vivendo numa época de monopólio musical, onde vemos, sob inúmeros rótulos, uma única tendência, claramente mercantilista, sem espontaneidade e sem criatividade, feitas intencionalmente para satisfazer os instintos de quem não está nem um pouco a fim de usar o cérebro durante os momentos de lazer, cansados pela excessiva carga horária que o mercado de trabalho quer impor sem necessidade.

Estamos ainda aguardando a verdadeira diversidade musical. Ela já existiu, inclusive nos anos 80, onde um monte de bandas totalmente diferentes uma das outras se reuniam sob um único rótulo, “rock brasil”, na verdade um conjunto de gêneros bastante variados.

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