Não façamos mais vítimas de bullying: nem as verdadeiras... e muito menos as falsas

Virou moda hoje em dia todo mundo posar de vítima de bullying. Antes o bullying era ignorado e tratado como se fosse uma brincadeira sadia, gerando a impunidade dos responsáveis pela humilhação. Hoje, é o contrário, pois muitas brincadeirinhas sadias são confundidas como bullying para que pessoas bem sucedidas possam se livrar da inveja posando de "coitadas", usando meras gozações que são tratadas como se fossem humilhações.

O que ninguém sabe é o que realmente bullying. Não tem jeito bullying é sinônimo de humilhação e só deve ser definida como tal se gerar dano. Não adianta dizer que "fulano me chamava de Orelha porque eu tinha orelha de abano" se não houve sofrimento, mesmo com o destaque a característica supostamente reprovável. De regra, a maioria vive tranquilamente com os apelidos supostamente humilhantes, mas que não gera nenhum dano social ou pessoal.

Porque será que ainda insistem em fingir que foram vítimas de bullying? Isso só dificulta a punição para os casos realmente sérios, desviando o foco para os casos falsos relatados por muita gente que tem visibilidade e poder de formar opiniões. Muita gente famosa tem inventado que foi vítima de bullying quando na verdade só recebeu leves apelidos sobre alguns "defeitinhos" que não geraram danos a eles. Talvez se tivesse gerado danos eles não estariam aí na mídia, posando de "coitados".

"Ah, mas eles superaram isso", dirão alguns. Mas do jeito que quase todos alegam ter sido vítimas, é quase impossível aceitar que em todos os casos o bullying foi realmente cruel. Além disso, bullying sempre gera trauma (quando não gera trauma não deve ser encarado como tal - apenas como uma mera gozação) e traumas não são fáceis de se livrar. Só às custas de muita terapia, além de que a vítima possa ter uma vida que possa negar o conceito gerado pelo trauma. Usando o exemplo da orelha de abano, é como se a vida mostrasse, através do sucesso, que a orelha de abano não é um obstáculo à felicidade.

Não vamos levar a sério meras gozações quando elas não são danosas nem traumáticas. É realmente pura brincadeira, uma gozação feita por quem acha que não tem algo melhor a fazer do que ficar rindo dos outros. Com esses casos, tudo bem. 

O que devem ser levados a sério é quando essas gozações são caracterizadas por claras intenções de humilhação, violência e gera traumas, além de arruinar a vida de suas vítimas que não conseguem obter os benefícios da vida social de maneira normal. Sabemos muito bem que o ser humano é um ser social e depende da sociabilização para arrumar emprego e companhia. Por isso mesmo, muita gente, no Brasil, prefere obedecer cegamente as regras sociais do que ter personalidade com ideias, gostos e convicções próprias, com medo de serem socialmente excluídas.

Mas ninguém precisa fingir que sofreu bullying para se suceder bem socialmente. Para estes, basta a batalha relativamente tranquila que eles tomam no dia-a-dia.

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