O mundo comemora os 70 anos de Tim Maia

Hoje, o grão-mestre varonil do soul brasileiro Tim Maia - do qual virei fã após ler a excelente biografia escrita pelo "às vezes certo, às vezes errado" Nelson Motta - completaria 70 anos. O cara, que faleceu na cidade onde eu moro atualmente, Niterói, em 1998, dez anos antes de eu voltar à mesma, está recebendo homenagens pelo seu aniversário em várias partes do mundo, em eventos organizados por brasileiros e por estrangeiros também.

Maia formatou a soul music, traduzindo à realidade brasileira, criando uma versão que não fica nada a dever   as melhores obras de soul music estrangeiras. Maia tinha rigor estético e era bastante exigente com a acústica e com os músicos que o acompanhavam. Mais também era o verdadeiro artista independente, pois não tinha vínculo permanente com gravadoras, preferindo utilizá-las para distribuir o seu próprio selo, o Vitória Régia Discos, que também era nome de sua excelente banda.

Como falei, vários países farão hoje eventos em homenagem ao soulman brasileiro. Haverá eventos em Nova York, Chicago, Los Angeles, Washington DC, Estocolmo, Gotemburgo, Londres, Amsterdã, Paris, Lisboa e Berlim. A maior parte, pelo que se pode perceber na lsita de localidades, será nos Estados Unidos, país que o acolheu - e o deportou (ele era difícil...), em várias cidades. Lá também será lançado na semana que vem, uma bela coletânea pela Luaka Bop, selo que a Warner Music deu para David Byrne, fundador, vocalista e principal "Head" da banda new wave Talking Heads e atual brazilianista musical, administrar. 

A coletânea se chama Nobody Can Live Forever - The Existencial Soul of Tim Maia. Não fui informado se a mesma sairá aqui. Tomara que saia, pois o projeto gráfico é maravilhoso.

Por ser uma coletânea para gringos, houve a sensatez de incluir várias músicas cantadas em inglês (perfeito,  em pronúncia e em gramática, graças aos tempos em que Maia esteve nos EUA). Muitas músicas conhecidíssimas dos brasileiros ficaram de fora, mas em compensação, incluíram várias faixas da inspiradíssima fase "racional" (quando ele era seguidor e divulgador da Imunização Racional, uma espécie de "cientologia" meio brega), cujo primeiro volume eu tenho em minha discoteca.

A sequência da coletânea, na ordem:

01. Imunização Racional (Que Beleza)
02. Lets Have a Ball Tonight
03. O Caminho do Bem
04. Ela Partiu
05. Quer Queira, Quer Não Queira
06. Brother Father Mother Sister
07. Do Leme ao Pontal
08. Nobody Can Live Forever
09. I Don’t Care
10. Bom Senso
11. Where is My Other Half?
12. Over Again
13. The Dance Is Over
14. You Don’t Know What I Know
15. Rational Culture

E quanta falta esse doce encrenqueiro faz à nossa música. 

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