A fábrica de idiotas não para de funcionar

Estava lendo um texto em um blogue falando que os idiotas acabaram se tornando maioria. Verdade. Os idiotas, além de perceberem que já são a maioria, sentem orgulho disso e estimulam todas as pessoas a serem idiotas. E pensa que ninguém quer? Claro que quer.

Ser idiota torna as pessoas mais felizes. Sabem que a realidade é triste, mas difícil de ser resolvida. A solução? Fugir dela e se apegar em alguma ilusão, por mais ficcional e inútil que seja.

Uma cervejinha, um jogo de futebol, qualquer modismo desviam de qualquer problema real que não possa ser resolvido. Até instituições "respeitáveis" de direita (Instituto Millenium) e de "esquerda" (Fora do Eixo), além de bares, igrejas e estádios de futebol servem de "abrigo nuclear" para essa sociedade idiota que prefere usar a fé cega do que exercer o discernimento, que exige muito esforço de raciocínio, pesquisa e abnegação de certos prazeres e recusa de crenças em valores considerados "positivos" pela sociedade escrava da mídia.

E estamos vendo o resultado disso. Uma Brasil que em pleno século XXI, salvo poucas mudanças, se mantem essencialmente o mesmo do Brasil de quase 100 anos atrás. É a sociedade da Velha Republica em versão remix, em Dolby estéreo, digitalmente remasterizada. Mas com aquele mesmo sorvete enfiado na testa.

Muitos dos valores que já deveriam ter ido embora há tempos continuam sendo cultuados e defendidos pela sociedade brasileira de hoje. Os anos 60 e, com menos força, os anos 80 tentaram corrigir algumas falhas. Mas aí veio a avalanche de burrice dos anos 90 e tudo foi por água abaixo. Acabou a ditadura militar e ao invés de retomarmos a sociedade de onde parou, em 1964, retomamos a realidade da república velha, com todas as suas falhas transformadas em "acertos" e continuamos seguindo nessa cilada.

O emburrecimento imposto pelos anos 90 foi uma forma das elites (controladoras das empresas, das leis, da mídia e das instituições de ensino) impedirem qualquer desenvolvimento intelectual da sociedade que pudesse acabar com os seus privilégios. Hoje, entregamos aos analfabetos as rédeas da cultura. Emburrecemos os pobres primeiro para depois darmos voz a eles que sem saber o que dizer nos microfones, balbuciam as besteiras que conhecem. Lamentavelmente temos que viver sob o comando de quem sequer sabe se comandar.

E assim caminha a humanidade brasileira, ainda bastante atrasada no século XXI, onde futuristas do passado achavam que iríamos ser bem mais evoluídos.

Evoluímos a tecnologia de nossas máquinas, sim. Senão não estaria aqui escrevendo isso. Mas falta evoluirmos a nossa tecnologia interior, desenvolvendo o discernimento, desapegando de ídolos e modismos e parar de confiar numa elite corrupta, excludente e egoísta que se beneficia com o verdadeiro aterro sanitário mental que se transformou a sociedade brasileira do século XXI.

Está mais do que na hora dessa fabrica de idiotas para de funcionar.

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