Os três destaques musicais do ano

O ano que passou foi marcado por três momentos musicais que foram bastante comentados durante o ano: o australiano Gotye, a canadense Carly Rae Jepsen e a surpresa sul-coreana Psy, que mesmo com um idioma difícil de entender, estourou no mundo todo graças a musica de ritmo hipnótico, ilustrado por um clipe criativo e bastante descontraído. 

Com exceção do australiano Gotye, não representam exatamente uma renovação musical, pois são na verdade tendências da dance music que já é feita pelos belgas e pelos italianos desde os anos 90. Gotye já é mais artístico, com letras mais reflexivas e bem boladas, demonstrando uma intelectualidade que praticamente desapareceu da música atual. Dos três, Gotye é o único que pode se considerar uma vontade real de mudança. Virei até fã de Gotye, colocando-o na minha lista de cantores favoritos.

Já o caso da bela canadense e do engraçado sul coreano, é diferente. Não significa que eles não tenham o seu valor. Mas as suas qualidades são diferentes a de Gotye, algo menos artístico, mais talhado para o divertimento puro, sem beleza musical, mas mesmo assim agradável, por outros aspectos.

Jepsen, que para mim é um baita pitéu, linda de morrer, faz uma dance music mais melódica, quase infantil, com vocal meigo que lembra bastante o da Taylor Swift (cuja musica gosto bastante, apesar de reconhecer como comercial), sua contemporânea e - pelo que parece - amiga. Não possui nenhum compromisso com arte, é claramente comercial, mas agrada por ser meiga e por cantar músicas um pouco mais melódicas que a maioria do que se ouve nos dias de hoje.

Psy, que deu uma aula de gentileza, simpatia e humildade em entrevistas , foi uma grande surpresa. Também não tem compromisso artístico - e ele afirmou isso em entrevistas. Mas ele mostra um caminho diferente para o entretenimento puro, oferecendo maior criatividade e animação, que também desaparecem rapidamente da música comercial atual, cada vez mais padronizada. 

Por enquanto, Psy é conhecido apenas por uma música, embora ele tenha uma carreira sólida em seu país há vários anos e é contratado por uma das mais poderosas gravadoras do extremo oriente, a YG (sem filiais no ocidente). Por isso mesmo, Psy está muito longe de ser um "fenômeno de internet" como todos pensam, por ter uma poderosa estrutura midiática por trás dele, se utilizando da web apenas como um novo canal de divulgação. Hoje até as rádios brasileiras se renderam a ele.

Como falei, o australiano Gotye é mais artístico, sendo o único dos três a se propor a uma ruptura realmente artística. Vindo na onde de renascença roqueira iniciada pelos Strokes, que devolveu arte ao rock e ao pop, favorecendo o surgimento de nomes como Kaiser Cheifs, Franz Ferdinand, Jack Penate, Ellie Goulding e Jessie Ware, entre outros, Gotye, como estes, tem feito um trabalho que remete aos melhores momentos da música, com arranjos mais complexos e letras bem intelectualizadas, como não se via desde o fim dos anos 60, salvo exceções. A musica de trabalho, "Somebody Thet I Used to Know", para mim é a canção do ano. Sua belíssima letra triste, por relembrar momentos que passei em minha vida, chegou a me fazer chorar por mais de uma vez durante a audição.O clipe também é lindo e bem artístico e vale a pena ser visto.

Bom, para quem não conhece, ou para quem conhece e quer ouvir as músicas e ver os clipes, disponho aqui abaixo os clipes oficiais das três musicas mais comentadas do ano. Vamos ver o que vem por aí em 2013. 

Ah, já ia me esquecendo! Bom ano a todos!

 

 

 

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