O "preconceito" contra os burros não é preconceito

Ninguém gosta de ser chamado de burro. principalmente os burros. Por serem burros, só conseguem entender aquilo que está a seu alcance, acreditando ser o máximo de inteligência que existe. Por não enxergarem além do que sabem, acham que sabem tudo. E são justamente os burros que mais se irritam quando chamados de burros.

Na era da mediocridade, quando os poderosos entenderam que a melhor maneira de imobilizar a sociedade não é amordaçando-a e sim supervalorizando a burrice, calando a voz dos inteligentes e fazendo falar os ignorantes que, acabam ganhando poder e visibilidade, transformando a burrice numa nova forma de "inteligência.

O resultado está aí: cultura ruim hegemonizada, a religiosidade medieval seduzindo a juventude, a superestima das festas, o lazer alienado, futebol como sinônimo de "patriotismo", além da incapacidade de resolução dos problemas, já que a população prefere usar o tempo em que não está no emprego para fugir dos problemas e não para resolvê-los.

E isso agrada e muito as elites, afinal mantém tudo isso aí como está. Quem critica esse sistema tosco e imbecil acaba sendo rotulado de preconceituoso. Como se a valorização do burro fizesse os burros mais felizes.

Mas como burro mais feliz? A felicidade de uma pessoa deveria incluir o direito de ser inteligente. Inteligente na prática, de fato e não apenas no rótulo. Também fazer como os direitistas que preferem falar mal dos burros do que ajudá-los a se educarem melhor é outro erro, tão cruel quanto entregar as rédeas da cultura na mão dos ignorantes.

Para mim, rejeitar os burros não é preconceito. Mas o erro é apenas rejeitar os burros. Mas burro crescido, teimoso, deve ser rejeitado. Não quer se evoluir, não dê pitaco. Fique na sua. Ou evolui o seu intelecto ou fica calado na sua. Agora, para quem quer se evoluir, sair da mesmice popularesca, esse merece uma oportunidade, desde que queira de fato sair do lodo que a "cultura das ruas" quer derramar na sociedade.

Deveria, desde o  início, ter uma educação melhor. Não aquela educação mnemônica que só serve para o mercado de trabalho. Mas uma educação cidadã, que ajude a desenvolver o discernimento, o senso crítico e uma independência intelectual das instituições e de líderes prestigiados. Uma educação que lhe fala pensar por si só e detectar os erros na sociedade sem que outra pessoa lhes diga como fazer. Essa sim é a verdadeira inteligência, ausente em quase toda a sociedade brasileira de hoje, acostumada até hoje a receber ordens de "líderes" mercenários e autoritários.

A suposta "liberdade" e as supostas "conquistas" das classes menos escolarizadas são pura fachada. os burros continuam cada vez mais burros e conquistando "poder", acabam por ensinar tudo errado para a sociedade, consagrando valores duvidosos e evitando o surgimento de soluções para os problemas, injustiças e preconceitos que duram séculos em nossa sociedade.

Ou seja, preconceito mesmo é aceitar a sociedade como está. Aliás, quem foi que disse que preconceito é só rejeição? Aceitar algo de qualidade duvidosa também é preconceito, pois aceita-se sem pensar, sem refletir. Consagramos o significado da palavra preconceito como rejeição. E a aceitação irresponsável não é também preconceito?

Temos que educar melhor a população, ao invés de idolatrarmos ignorantes que por causa da fama e do prestígio conquistado viram "líderes" de uma hora para a outra, aumentando ainda mais o estrago social que só prejudica ainda mais a sociedade através da consagração dos valores duvidosos que acostumamos a supervalorizar.

Quem não quer aprender, que fique calado na sua. Dar um microfone para um ignorante não vai resolver injustiça nenhuma. Pelo contrário, só aumenta essas injustiças, dando aparência de "justiça social conquistada".

Eu esperava que o século XXI fosse de grandes avanços e conquistas. O que vejo é uma estagnação intelectual somada ao emburrecimento coletivo que mantém a nossa estima bem baixa. Estima tão baixa que dependemos de uma supérflua vitória em uma competição esportiva para nos acharmos os "melhores do mundo".

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