Os 40 anos de "Dark Side of The Moon", do Pink Floyd

Hoje completam 40 anos do lançamento do álbum mais famoso da banda Pink Floyd, Dark Side of The Moon (sem o "The", do contrário que a maioria pensa - pelo menos é o que está escrito na copia que eu tenho do álbum). Tenho também o documentário em DVD sobre os bastidores de todo o processo de criação e gravação do álbum.

Apesar de ter feito bastante sucesso, Dark Side não é um álbum fácil. Com o título e algumas faixas homenageando seu fundador, Syd Barrett, fora da banda anos antes, o álbum é uma verdadeira viagem reflexiva sobre a vida, sobre oi que nós somos e o que fazemos conosco. 

É um típico álbum de música progressiva, que deve ser ouvido inteiro, como se fosse uma suíte inteira. Não recomendo ouvir as faixas em separado, pois para mim, na ordem em que aparecem, as músicas ganham dependência uma das outras. Até mesmo por ser um álbum temático.

Alguns anos atrás, um internauta decidiu fazer um vídeo brincando com o boato de que a inspiração para o álbum era o famoso filme clássico do Mágico de OZ (curiosamente neste ano teremos a versão sombria do filme lançada nos cinemas), já que as melodias se encaixam perfeitamente com as cenas durante os cerca de 42 miniutos iniciais do filme. Mais mitologia a fortalever a valorização do excelente álbum.

Há no álbum uma faixa que na verdade não é uma música e sim um ruído, claramente inspirada na música concreta consagrada por mestres como Edgar Varese e Karlheinz Stockhausen, On the Run. por incrível que pareça, ela não é chata de se ouvir, lembrando o barulho de alguma nave de filme de ficção científica.

E claro, há os hits. Embora eu não recomende a audição isolada de músicas, Time e Money foram muito tocadas nas rádios, sendo responsáveis pela vendagem e pela popularização do álbum. Para que forem aceitas pelas rádios, ambas tiveram versões editadas em compactos, presentes apenas em coletâneas.

Eu gosto bastante de Dark Side, e como eu falei, só ouço inteira, direto e respeitando a sequência original. Ouço quase como um ritual, já que todo o clima, a temática e a beleza de suas músicas exija realmente uma audição mais atenta e cultual. Não é um disco para se ouvir, por exemplo, lavando o carro na rua. Para isso, prefira as tolices que rolam em qualquer lugar nos dias de hoje.

Dark Side também marcou o trabalho de engenharia de som de Alan Parsons que, talvez empolgado com a experiência decidiu montar, junto com o saudoso pianista e cantor de linda voz Eric Woolfson, sua própria banda, a Alan Parsons Project, cujo maior sucesso, curiosamente (proposital?) se chama Time, homônima à faixa mais famosa do álbum que mixou. Lembrando que gosto muito do Alan Parsons Project.

Graças a Parsons, o álbum também foi o marco de vários efeitos sonoros que contribuíram ainda mais para enriquecer o disco, gravado no mesmo Abbey Road que era praticamente a "casa" dos Beatles. As duas bandas haviam se encontrado em 1967 durante as gravações de The Piper at The Gates of Dawn (PF) e Sergeant Pepper's Lonely Hearts Club Band (Beatles), gravando em estúdios vizinhos dentro do Abbey Road (e segundo as más linguas, repartiundo as mesmas drogas). Ambos os álbuns também são verdadeira obras primas.

Até hoje Dark Side é lembrado como um dos melhores discos de rock de todos os tempos. Para mim é o segundo melhor do Pink Floyd, perdendo apenas para o perfeitíssimo álbum de 1967, que mencionei no parágrafo anterior. Um álbum que realmente fica para sempre, dada a sua extrema qualidade e atemporalidade de seus temas, responsabilidade de quatro geniais músicos: Roger Waters, David Gilmour (um de meus guitarristas favoritos), Nick Mason e o saudoso Richard Wright. É um disco sobre o ser humano. Um disco sobre a vida.


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