Brasil, o país da mentira

A tradição consagrou o dia de hoje como o dia da mentira. Então nada melhor do que hoje para falarmos sobre a mania tão tradicional do brasileiro: em mentir e acreditar em mentiras. 

Costumo dizer que as mentiras são o motor que faz o Brasil andar. De fato, muitas ideias consagradas pelos brasileiros não passam de meras mentiras. Não vou ficar aqui enumerando-as porque não é o propósito desta postagem e também porque preencheria muito espaço, desviando o foco para quem já não gosta de textos longos. Mas é fato incontestável a transformação de certas mentiras em "verdades absolutas" defendidas pelos brasileiros.

E transformar uma mentira em verdade tradicional nem é muito difícil. Basta que ela seja amplamente difundida, de maneira repetida e por instituições ou pessoas que gozem de certo prestígio. É como aquela falácia de que "funk" carioca é cultura. Se analisarmos bem, isso é uma baita mentira, pois as características do "funk" carioca e do universo que o rodeia anulam qualquer definição do que seja realmente cultura. Mas a difusão de órgãos e pessoas considerados respeitáveis transformou a mentira em verdade e, somada a incapacidade de discernimento do povo brasileiro, acabou ganhando força, se arraigando.

Aliás, a incapacidade do brasileiro de discernir e a recusa em analisar, seja por preguiça, seja por burrice ou até mesmo aversão, tem facilitado muito para que qualquer mentira se consagre como verdade. A consagração dessas mentiras tem feito com que a sociedade tomasse atitudes erradas e vivesse de forma cada vez mais alienada e acomodada, se acostumando com tudo de ruim que nos rodeia.

As mentiras que se consagram como verdades

Claro que não me refiro à pequenas mentiras ou a mentiras necessárias para proteger interesses. Muitas vezes temos que mentir para que pessoas mal intencionadas não se insurjam contra nós. Até porque ninguém é obrigado a saber tudo sobre o outro.

Falo das mentiras que são transformadas em verdades, aquelas difundidas pela mídia, consagradas pelas regras sociais e que nos dão o entendimento errado da realidade, mantendo tudo isso que aí está. Essas são as mentiras mais perigosas.

As mentiras confortantes, os falsos elogios, os desvios de funções (exemplo: coisas fúteis consideradas sérias e importantes e vice-versa), entre outros tipos de mentiras consagradas como verdades, tem feito um grande estrago na sociedade. E nem a crença nelas traz algum benefício, já que o bem estar de uma ilusão é momentâneo e depois toda a infelicidade de que se pretendia fugir através da doce mentira volta, nos deixando ainda mais infelizes.

Desconfiança, discernimento e análise: as armas contra a mentira

O que devemos fazer para acabarmos com as mentiras? Simples: usemos mais o nossos cérebros e raciocinemos melhor, desconfiando até mesmo de pessoas e instituições prestigiadas e analisando o que elas nos mostram, para vermos se as "verdades" ditas são de fato mentiras criadas para satisfazer os interesses desses prestigiados. 

Muitas mentiras existem para satisfazer os interesses de quem as difunde, já que esconder as coisas é uma atitude muito comum de quem tem o objetivo de vencer usando a derrota alheia.

Pensemos mais e veremos que muitas "verdades" consagradas não passam de doces mentiras criadas para nos enganar e nos fazer escravos de uma minoria de pessoas que não sabe vencer sem prejudicar os interesses e o bem estar de outras pessoas.

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