Niterói, futura cidade dos homens solitários

É um dogma machista, mas aceito pelas mulheres, sejam feministas ou não, de que o número de mulheres é sempre maior do que o de homens. Consideradas "objetos", as mulheres devem sempre ser em maior número para que nenhum "sujeito" possa ser privado de ter uma. Mas não é isso o que acontece.

Um país pacífico como o Brasil, morrem poucos homens. O número deles é bem alto. O censo dos anos 60 já considerou que os homens são maioria. Mas o turismo sexual fortalecido nas décadas seguintes forçou as entidades de pesquisa a esconderem o grande contingente feminino, para satisfazer interesses machistas, já que o Brasil, visto lá fora como paraíso sexual, lança o suposto excesso de mulheres solteiras como isca para atrair investidores e mãos de obra, quase sempre masculinas.

Outra coisa. As dificuldades de encontrar homens dispostos a responder questionários do censo (sejam porque estão viajando, sejam por que moram em lugares de difícil acesso), reforçaram essa não contagem. 

De fato, esteja o censo certo ou não, a maioria de moradores em todo o país é de fato, masculina nas faixas etárias inferiores aos 60 anos. Apenas acima disso é que se nota uma evidente maioria feminina, certamente o grosso da contagem pelo censo. 

E a cada censo o número de homens parece aumentar. Embora ninguém goste de admitir, nem mesmo o IBGE, a  citada entidade teve que reconhecer que houve um empate técnico entre o número de homens e de mulheres, com cerca de 0,96 homem para cada mulher. Como não existe 0,96 indivíduo, fiquemos com o empate. Mas fatos mostram que na prática a maioria é masculina, já que é extremamente impossível contar o número exato de pessoas em um país tão grande e cheio de ruas e casas.

E andando nas ruas da cidade onde eu moro, observo um fenômeno interessante, mas preocupante (pelo menos para os homens): a maioria das crianças niteroienses é de meninos. Para se ter uma ideia, a cada dez crianças vistas em cada saída minha pela cidade, sete são do sexo masculino.

Reconhecimento da maioria masculina pode mudar os costumes sociais

Fico pensando como será a vida afetiva desse grande contingente masculino quando chegar a vida adulta. Haverá mulheres para todos? Certamente que não, já que é evidente a maioria masculina e com considerável diferença. Na dança das cadeiras, alguém terá que "dançar" e ficar de fora.

Isso poderá revolucionar os costumes e convicções que estamos acostumados a aceitar. As regras sociais sempre foram construídas levando em conta o mito da maioria feminina. Mesmo que desde os anos 60 a maioria tenha sido sempre masculina, sempre houve o esforço de instituições e da mídia em esconder essa maioria, para que a aplicação das regras sociais não fosse prejudicada.

Mas com essa maioria cada vez mais crescente de pessoas do sexo masculino, ficará impossível de esconder essa maioria, sendo obrigado a todos a admitir a existência de um contingente de solitários. As comunidades de namoro em redes sociais  já possuem maioria masculina. E a coisa pode ainda piorar.

Se esquecendo da possibilidade de que muitos homens se tornem gays, temos que admitir que Niterói poderá se transformar em uma cidade dos homens solitários. Para que todos tenham acesso a vida afetiva, terão que repartir as poucas mulheres que existirão, o que caracteriza a poligamia, reprovável pela sociedade. O que resta aos homens heterossexuais que sobrarem será a solidão, aceitando que alguns poucos possam usufruir do direito de ter uma companheira, um artigo de luxo para a geração vindoura.

E levando em conta isso, o que deve aumentar ainda mais a dificuldade de conquista das mulheres, já que o excedente masculino, gerando uma facilidade maior para as mulheres, as farão "filtrar" a excessiva demanda através de exigências cada vez maiores e em muitos casos, mais absurdas. Trocando em miúdos: ficará ainda mais difícil conquistar uma mulher em Niterói. Se já está sendo, imagine se piorar.

Não sabemos descrever o cenário futuro. O que se sabe é que muitos homens solitários perderão a oportunidade de conquistar suas amadas, já "adquiridas" pelos homens que chegaram primeiro. A competitividade afetiva estará ainda maior e torçamos muito para que isso não se transforme numa grande  onda de violência, onde na disputa pelo coração de uma mulher, homens se matem para que o vencedor possa alcançar o tão dificultado objetivo.

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