Sertanejo de raíz? Só se for de raíz quadrada!

A música ruim é ótima para se lucrar com ela, manobrando as tendências para que a aceitação seja garantida. Mas quando aparece algo pior, a música que antes representava o pior passa a ser vista com mais admiração e "respeito", como se tivesse deixado de ser ruim. Não deixou, não. Continua a mesma porcaria. O problema é que apareceu coisa pior, e a mediocrização da mente humana a condicionou a se contentar com o "menos ruim".

Com o sucesso intenso do "sertanejo universitário", que de sertanejo não tem nada e de universitário menos ainda, virou moda admitir que a geração breganeja dos anos 90, com aquelas canções ridículas que mais parecem versões malfeitas de músicas mexicanas, só que com a voz do pica-pau de Walter Lantz, representam o "sertanejo de raíz". 

Ou a memória está curta ou agora nos contentamos com o pouquíssimo. Considerar os deturpadores da musica rural como Choitãozinho e Xororó, Leonardo, Daniel, Zezé Di Camargo, como "de raíz" é estar muito mal informado. Eles foram os primeiros a representar a decadência do gênero e se não fosse por eles não existiria o que conhecemos como "sertanejo universitário". Quem prestar atenção na cronologia do gênero, vai concordar comigo.

Mesmo que os breganejos mais velhos reclamem dos mais novos, isso soa mais como um pai que reclama do filho que chegou em casa de madrugada. Na verdade são tudo partes de uma mesma linhagem. Os "universitários" tem o DNA dos seus "pais" bregas. E isso é evidente na música que, por mais diferente que seja, mantém a sua essência urbaneja, pois de rural nem os chitões e nem os telós não tem bulhufas. Tudo caubói estereotipado de filme de Hollywood. Só falta matar os índios. pelo menos a música rural já conseguiram matar.

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