40 anos do festival de Woodstock

Hoje completa 40 anos do último dia do famoso festival de música que aconteceu numa fazenda no interior dos Estados Unidos e que marcou pela imensa quantidade de público e pela também imensa qualidade musical. Também pudera, a segunda metade da década de 60 é até hoje a melhor fase da história da música de todos os tempos e não há como ser superada.

Nesta época também era moda ser inteligente, ler livros, cultuar intelectuais, ficar por dentro de tudo de maneira aprofundada. Hoje, ao contrário, é moda ser boçal, cultuar futilidades, ser burro sem assumir o rótulo, nada fazer para melhorar o mundo, jogando a responsabilidade de melhoria apenas para as ONG's, e achar que os intelectuais são gente chata. Embora esses mesmos ignorantes achem os dias de hoje bem melhores que os anos 60. Pobres coitados. Saudades dos anos 60 em que eu não vivi (nasci em 1971, com todo o ideal da época reduzido às cinzas).

Voltando ao festival, ele, apesar do nome, não aconteceu em Woodstock, mas em Bethel, uma cidade vizinha. O terreno era maior e não havia vizinhança para ser incomodada. Era originalmente pago, mas as frágeis cercas foram derrubadas e muita gente acabou entrando de graça. Se não fosse por isso, talvez o festival não tivesse se destacado tanto.

Apesar de marcante, Woodstock não foi o festival com o melhor elenco de artistas (eu falei ARTISTAS. Não os entertainers "se vira nos 30" de hoje). Monterrey, ocorrido um anos antes, teve um número maior de artistas de qualidade. Mesmo assim, a qualidade musical estava ainda em sua plenitude em Woodstock.

Desde o violão "Speed Racer" do folk-man Richie Ravens, passando pela personalíssima interpretação de Joe Cocker (decadende desde os anos 80) para With a Little Help From My Friends, dos Beatles, transformando-a em uma outra música bem diferente, passando também pelo excelente folk-rock da infelizmente esquecida Incredible String Band, e , além de muitos outros, os famosérrimos Joan Baez, The Who, Carlos Santana, e claro, o mais-que-genial Jimi Hendrix, que aproveitou o evento para tocar à seu modo o hino dos Estados Unidos em protesto à Guerra do Vietnam. Sempre achei guerras um sinal de ignorância. Se os governantes se detestam, eles que vão dar sopapos um no outro pessoalmente. Precisa matar milhões de jovens que não têm nada a ver, por causa disso?

O festival foi o canto do cisne da época áurea da cultura mundial. E tudo acabou por aí. A partir dos anos 70, os valores morais, intelectuais, culturais, sentimentais, topdos foram caindo aos poucos para resultar numa época decepcionante em que se tornou o início do século XXI. Com a evolução das máquinas, a maioria das pessoas achou desnecessário se evoluir.

Resta-nos cultuar o que havia de bom no passado e tentar tirar alguma lição da lá mesmo. Porque hoje os burros e boçais estão no poder, dizendo o que deve e o que não deve ser feito. E ai de se desobedecer...


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