Aline: a Cultura Alternativa invade a Mídia Gorda

A Rede Globo cometeu uma ousadia. Depois de abrir espaço para as loucuras de Fernanda Young (leia abaixo) através de seus seriados, a rede aberta lança o seriado Aline, uma livre adaptação dos quadrinhos do gaúcho Adão Iturrusgarai, conhecidas por mim através do jornal Folha de São Paulo.

O seriado é bem fiel ao estado de espírito dos quadrinhos, embora a aparência física dos personagens é muito diferente. Mas as loucuras que aconteciam nos quadrinhos estão todas lá.

A trilha e as referências culturais são por cortesia de Branco Melo, consultor musical do seriado e conhecidérrimo como integrante da seminal banda Os Titãs (Outro Titã, Paulo Miklos, participou de um episódio como o pai de Pedro, o saxofonista interpretado por Pedro Neschling, filho da atriz Lucélia Santos e do maestro John Neschling (que inovou e deu prestígio internacional a Orquestra Sinfônica da São Paulo). As referências culturais foram extraídas do universo alternativo e semi-alternativo.

A linguagem do seriado é super criativa e a atuação dos atores no mínimo soberba, principalmente da protagonista interpretada pela bela e charmosa Maria Flor, que parece que nasceu para o papel. Ela materializou com absoluta perfeição o espírito de protagonista Aline.

Não creio que irá durar muito porque o Zé-poveco não gosta de criatividade e referências inteligentes. É um seriado muito estranho para passar na TV aberta. Mas mostra que é possível incluir obras realmente de qualidade na TV aberta.

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