Enfim, um filme brasileiro que não exalta a vida de pobretão

Ontem, tive a felicidade de assistir a mais um filme produzido pela Casa de Cinema de Porto Alegre e dirigido pelo criativo Jorge Furtado (Saneamento Básico, O Homem que Copiava, Meu tio matou um cara, todos excelentes), para mim o melhor diretor brasileiros na atualidade.

O filme foge da mania dos outros diretores brasileiros de fazerem filmes exaltando a pobreza. Furtado, homem de esquerda, sempre procurou fugir desse tema, favorito de 7 entre 10 cineastas brasileiros. Para estes, o sofrimento dos pobres "rende boas histórias".

Homens de Bem é um filme feito para a televisão. Algo raro no Brasil, mas comum nos EUA (embora telefilmes tenham status menor, são menos valorizados por lá). Fala de um rapaz, interpretado com talento por Rodrigo Santoro, que é contratado pela Polícia Federal para armar um flagra contra um empresário corrupto que quer subornar um deputado honesto. Todos os atores atuam com maestria, mas aproveito para destacar o baiano Luiz Miranda, marcado por comédias, que está magnífico num papel dramático.

Os filmes da produtora Casa de Cinema de Porto Alegre são marcados pela grande criatividade e agilidade no roteiro, seguindo um estilo que se assemelha mais a filmes europeus. São bem inteligentes e não se prendem a padrões. Apesar de fazerem parceria com a Globo Filmes, esta se limita apenas a distribuição, dando total liberdade para que a equipe da produtora possam manter viva a chama do cinema nacional, maculado pelo comercialismo da maioria dos filmes, que acabou criando padrões, estes negados sabiamente pela produtora gaúcha.

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