"Inteligente" sim, intelectual, nem pensar!

Brasileiro não está mais a fim de usar o cérebro nas horas de lazer. A diversão é um período de descanso, ócio e o cérebro já foi muito utilizado no trabalho. Por isso o lazer nunca deve ser pensado e o que seria uma grande oportunidade de crescimento pessoal, já que é no período de "ócio" que podemos nos dedicar a nós mesmos (o tempo de trabalho normalmente é dedicado aos outros), é desperdiçada por causa dessa preguiça de pensar.

Por isso mesmo, o lazer tem se tornado cada vez mais alienado, além do povo brasileiro despertar maior interesse aquilo que é fútil ou inútil, aquilo que desperta instintos. Pensar não dá prazer, acreditam, então se descarta aquilo que é considerado "coisa de intelectual".

Mas ser chamado de "burro" é considerado "ofensivo". mas ao mesmo tempo tornar um intelectual exige esforço. E agora? Como se livrar desse cabo-de-guerra? Simples. Pega-se aquilo que é fútil e coloca-se rótulo de "cultural". Beleza, o povo já pode ser considerado inteligente sem ser. Sem mover um só neurônio.

E nisso, futebol é "patriotismo", Michael Jackson é "gênio", Spielberg é "intelectual", Mariah Carey é "boa música", "funk" carioca é a "expressão máxima do povo oprimido", Luciano Huck é "bom moço", Chaves é cult, Brega idem, Esporte educa, e lá vai fumaça.

Chatos, para a grande parte dos brasileiros são os realmente intelectualizados, que nessa inversão de valores é que são considerados "burros", "de mal com a vida". Bob Dylan é "chato", Hendrix é "chato", Joan Baez é "chata", Música clássica é "chata", Morrissey é "chato", Noam Chomsky é "chato", Jogar Xadrez é "chato", cientistas são "chatos", socialista é "chato", até Julian Assange é "chato". Esses não empinam traseiro, não põem mão no saco, não falam bordão e nem fazem "gol". A massa hipnotizada pela TV se entendia com eles.

Toda a população tem a ilusão de que está evoluindo sem evoluir de fato, sem checar se aquilo que ela acredita ser superior é realmente superior. Até porque para checar, exige o esforço cerebral e pensar, meus amigos, não é coisa para os brasileiros de hoje em dia.

Aí quando a gente tenta desviar o povo do caminho da futilidade inútil, o povo se sente ofendido. Se ao invés de se sentirem ofendidos, eles acatassem os conselhos, eles muito certamente deixariam de ser criticados por abandonarem finalmente as "chupetas" da futilidade.

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