A volta dos compactos

Volta e meia as gravadoras tentam lançar compactos na tentativa de salvar o mercado, por serem produtos mais baratos para venda e de menor custo de fabricação. Acho que nunca deveriam ter acabado com os compactos, lançando-os com regularidade e sem pausas.

Daqui a poucos dias, dois novos compactos sairão por aqui: um da Sandy e outro de Roberto Carlos. Não fui informado se outros títulos serão lançados ou se chegarão por aqui alguns "singles" estrangeiros. Tomara que sim.

O que sei é que o compacto é o formato que mais tem condições de manter a industria fonográfica viva. E o formato é genial. Pensem bem: você está na rua com um dinheirinho de sobra e de repente passa por uma loja de discos e encontra um disquinho com cerca de 5 faixas, a principal, que é a conhecida, servindo de chamariz para a compra e mais músicas anexas, sejam inéditas, sejam versões ao vivo ou diferentes das que fazem parte de algum álbum. Você compra o disquinho e ouve em casa. Bacana.

Digo isso por experiência pessoal. Os compactos ajudaram e muito a engordar a minha discoteca na minha adolescência, ainda nos tempos de vinil (o CD se estabilizou em 1992, quando eu já era adulto). Minhas mesadas sempre haviam espaço para os compactos, quando não havia algum álbum em promoção.

A indústria fonográfica foi meio trapalhona. Além de cometer o erro de matar o vinil (hoje ressuscitado como artigo de luxo - outro erro), desde o fim do vinil em 1993, não conseguiu manter a regularidade no lançamento de compactos. Lança um pacote durante uma temporada, fica trezentas temporadas sem lançar e depois lança outros compactos como "novidade". Ora, mantenha a regularidade, sem deixar de lançar compactos. 

Esse formato poderia servir de atração para um público que não compra CDs originais porque não tem condições. Besteira ofensiva criminalizar a compra de CD piratas, como se o consumidor fosse cúmplice dos pirateadores. A indústria fonográfica deveria oferecer produtos mais baratos, se lembrando que o consumidor quer sim comprar CD original, desde que não pague muito por isso. 

Os preços ideais (e não promocionais) para os CDs na minha opinião: álbuns nacionais: R$ 25; álbuns estrangeiros: R$ 20 * e compactos nacionais e estrangeiros: R$ 10,00 no máximo.

Espero que a indústria fonográfica não faça desta ressurreição um mero modismo e firme de uma vez por todas o hábito de lançar compactos - e muitos - por aqui. Com o tempo, perceberão que será lucro garantido para elas, desviando de qualquer crise e garantindo música para quem sedispõe a pagar pouco por ela.

Sem contar que os colecionadores de CDs, como eu, agradecem, já que muitos compactos vem com raridades impossíveis de se achar em outro lugar.

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* NOTA: Um mito que as gravadoras e lojas insistem em manter é o de que CDs estrangeiros devem ser mais caros que os nacionais. Erro, pois os títulos estrangeiros já chegam aqui muitas vezes com o custo de produção já pago, o que não acontece com os nacionais, que dependem do pagamento gerado pelas vendas. Pra quê cobrar mais pelo estrangeiro? Para superfaturar com isso, se aproveitando da ingenuidade do público? Isso só é justificável nos CDs fabricados no exterior, já que pagam impostos. Os CDs de estrangeiros, mas fabricados no Brasil deveriam ser mais baratos, pelos motivos que mencionei aqui.

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